BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

24/09/2005 - SÁBADO

O TELEFONEMA 06:50 AM
Enquanto Joseph sai, Samuel procura fonte de barulho que o acordara, ele olha ao seu redor no quarto e não vê Joseph, preocupado Samuel veste a primeira roupa que vê e corre para fora do hotel. Está frio, a neve lá fora amortece uma fina garoa que cai suavemente do céu. Samuel vê Joseph andando, corre em sua direção e quando chega até ele pede para que pare. Joseph explica que está arrependido de ter chamado-os de novo,mas Joseph responde dizendo que isso tudo não estaria acontecendo se não fosse por ele. Samuel descorda e o convence a voltar para o quarto e conversar sobre o que fazer de agora em diante com todos. Ao voltar para o hotel, Joseph sugere a compra de passagens para Filadélfia, Liana acha que precisam de algum tempo antes de sair imediatamente e todos chegam a um acordo: comprar as passagens para o próximo dia 14. Samuel, enquanto isso, abre seu Notebook e coloca-o sobre a mesa do quarto, ele o conecta no telefone do quarto e procura por informações na rede de Katarine Thompson (irmã de Joseph). Samuel invade o banco de dados do departamento de trânsito da Pensilvânia (o último lugar de onde se tem notícia de Katarine), mas não há nenhuma informação. Samuel continua buscando por informações, desta vez ele tenta o banco de dados de pessoas registradas. Ele busca por qualquer informação que possa ter sobre o filho de Katarine, porém para sua surpresa a única coisa que encontra é o óbito de Katerine em um arquivo do jornal local da Filadélfia de alguns anos atrás e não há nenhum filho registrado no nome dela. Enquanto Samuel faz isso Joseph decide comprar alguma coisa para comerem , quando passa por Liana lhe entrega o desenho de que desenhara de seu próprio rosto... São seis horas da tarde, já é quase noite quando o telefone celular de Samuel toca, o numero é desconhecido. Samuel atende: - Alô? Voz masculina ao telefone: - Preciso falar com Samuel. Samuel: - Quem gostaria? Voz masculina ao telefone: - Meu nome é Jones. Policial Jones Enbert de Boston. É muito importante. Samuel desliga o telefone imediatamente e conta a Joseph e Liana que a polícia sabe seu nome verdadeiro e está procurando por ele. Enquanto Samuel espera que a Jones volte a ligar ele liga para George, um amigo Hacker que Samuel conheceu a alguns anos. Ele pede para que George rastreie a identidade de Jones Enbert que trabalha na policia de Boston. Enquanto Samuel espera na linha Liana e Joseph o olham apreensivos. Alguns minutos depois George responde a Samuel que pelo pouco tempo que teve para procurar, Jones Embert é realmente um policial. Ao terminar a ligação Samuel corre para um telefone público e liga para o número que estava na chamada de seu telefone, está frio e chove muito, Samuel quase não escuta a ligação: Samuel: -Alô! Aqui é Samuel, você acabou de ligar para mim. Jones: -Olha meu amigo, eu não sei o que está acontecendo, mas se você, Phillip e Liana não vierem até aqui seus amigos vão acabar morrendo. Samuel: -Quais amigos? Jones: -Estou na quarta rua com a avenida principal em Malden. Tem uma casa aqui com uns caras, está acontecendo um tiroteio, eles não querem sair e a única condição deles é falar com vocês pessoalmente, um deles deu seus nomes e o seu número de telefone. Samuel: -Tudo bem, eu não sei bem quem são, mas vamos aí para ajudar. Jones: -Certo, vou pedir para cessar fogo e dizer que vocês estão vindo. Samuel volta para o hotel, e repete toda a conversa com o policial Jones. Joseph desconfia que isso possa ser uma cilada, mas Samuel confirma que o som ambiente era o de um tiroteio. Joseph, Liana e Samuel juntam seus pertences mais importantes, chamam um táxi e se dirigem a Malden.

A MANSÃO 07:02 PM


Em meio à viagem o taxista indaga: -Quarta rua com a principal? Estranho, achei que não morava ninguém lá. Joseph: -O que sabe desse endereço? Taxista: -Nada, só que há uma velha casa no lugar. Depois de alguns minutos de viagem o táxi sobe uma rua mal asfaltada, o lugar é bem distante de outras casas e fica sobre uma pequena colina. Assim que o táxi pára todos vêem uma grande mansão vitoriana e três automóveis da polícia do lado de fora do muro. Ao descer do táxi um policial jovem com cerca de trinta anos, caucasiano e com um guarda chuva se apresenta como sendo Jones e acompanha o grupo até o portão de entrada da mansão. Quando o grupo se aproxima da entrada o policial repete o que já havia adiantado pelo telefone, diz que a muitos meses a vizinhança reclama do lugar alegando que é um ponto de tráfico de drogas e contrabando, mas quando a polícia chegou percebeu que não se tratava de simples contrabandistas... Em meio à confusão o grupo se pergunta porque diabos estes homens têm seus nomes reais e seus números de telefone. Jones explica também que outro policial acompanhará o grupo até a porta da mansão. Joseph, Samuel e Liana concordam que é mais prudente que ela fique do lado de fora. Enquanto Samuel e Joseph conversam com o policial sobre o que será feito, Liana escuta ao longe os gritos que vem de dentro da casa: -Não queremos nenhum policial aqui! Deixem eles entrarem sozinhos! O policial combina com Samuel e Joseph que vai levá-los até a porta lateral da mansão e assim que eles passarem pelo portão devem correr em direção a lateral direita da mansão. Liana fica ao lado de um policial esperando ansiosamente enquanto vê Samuel e Joseph correrem para o pátio da mansão, eles correm logo atrás de um dos policiais que porta um fuzil, cada passo na terra molhada parece demorar horas e quando um estrondo é escutado as coisas só pioram! Joseph olha para trás e vê o policial atirado na terra com um buraco na cabeça! Ele foi baleado! Grita Joseph, Samuel não pensa em outra coisa senão em dar os últimos passos em direção a porta! Os dois chegaram na lateral da mansão, de perto se percebe que a mansão está em condições precárias, a porta verde descascada esta semi-aberta, Samuel só a empurra. Logo a frente um tapete cobre o centro do corredor, um cheiro de mofo deixa o ar difícil de respirar, ao longo do corredor existem duas portas, uma de cada lado, e no final ele leva a uma sala. Samuel em passos leves se aproxima da porta a direita e a empurra, dentro do aposento vê uma série de estantes de madeira com livros, no centro da sala há varias cadeiras e ao fundo um pequeno quadro negro com uma mesa. Lembra uma sala de aula, pensa Samuel. A iluminação da sala é fraca, apenas três lâmpadas de baixíssima potência, o que deixa o ambiente levemente sombrio. Joseph vasculha as prateleiras para investigar o conteúdo dos livros, mas não há nada de interessante, apenas dicionários e almanaques antigos. Samuel olha de perto o quadro negro e vê um pequeno diagrama desenhado nele, parece com um mapa, talvez o mapa da mansão. Em cima da mesa há um papel no qual está escrito o seguinte: “Nossa fé não se baseia em seguir um propósito, nossa fé é baseada em” a frase terminada bruscamente indica que quem a escrevia ou foi interrompido, ou não teve tempo de terminar. Não encontrando mais nada de relevante na sala Samuel e Joseph saem. Joseph vê a porta da esquerda aberta ao olhar para dentro não vê nada demais além de comida, parece um depósito. Seguindo o corredor adiante chegam até a sala qual termina, nela os móveis estão desarrumados, o papel de parede descolando e há muitas marcas de vandalismo. Na sala há uma escada que sobe, e um corredor adiante, nele as duas portas estão trancadas então decidem subir as escadas. Enquanto eles começam a subir Samuel vê uma pixação de do tamanho de uma melancia na parede que circunda a escada. Está pintado com tinta spray da cor branca e o desenho lembra um olho com um risco, nem Samuel nem Joseph conhecem tal desenho então continuam subindo as escadas. Ao chegar no andar superior escutam tiros, parece que a polícia ainda está em tiroteio com as pessoas da casa. Furtivamente Joseph e Samuel caminham em direção ao barulho, ao chegarem em frente à porta de onde surge o som vêem um homem caído, aparentemente baleado, e outro na janela atirando em direção aos policiais, ambos são magros, tem o corpo coberto por tatuagens, estão sem camisa e de pés descalços apesar do frio. Subitamente o homem que atirara pela janela nota a presença da dupla e olha em sua direção, ele esboça um tímido sorriso e diz: -Ah, são vocês, que bom que chegaram... Mas suas palavras são interrompidas por uma bala que atravessa seu crânio! Joseph se atira no chão, o homem está vertendo sangue pela cabeça, Samuel se abaixa e faz sinal para que Joseph saia do quarto. Ambos saem, eles seguem pelo corredor do segundo andar até chegarem em uma sala com um cheiro pútrido, Joseph olha com cautela para dentro do aposento, dentro do quarto a luz é fraca e a mobília está revirada. Há beliches e camas, colchões no chão acomodam o que parece uma horda de viciados, quase todos têm o mesmo estereótipo dos homens do quarto ao lado. Samuel hesita em entrar, Joseph respira fundo e entra no aposento, lá vê baratas sobre os corpos, seringas em cima de mesas, mas em cima de uma delas havia duas chaves em um pedaço de madeira como chaveiro. As chaves chamaram a atenção de Joseph que pegou-as e saiu do quarto imediatamente. Joseph mostra a Samuel o que encontrara e logo decidem experimentar as chaves nas portas que estavam trancadas no primeiro piso. Ao descerem as escadas um estranho silêncio questiona o que estaria acontecendo lá fora, mas o pior de tudo era descobrir quem são esses homens, o que eles queriam e como sabiam os nomes verdadeiros. Logo depois de descer as escadas Samuel e Joseph chegam ao corredor com as portas trancadas, experimentam as chaves na primeira porta e ela abre, está escuro, as mãos de Joseph tateiam a parede em busca de um interruptor e quando o encontra e o pressiona uma escura lâmpada vermelha se ascende, esse é um quarto que foi improvisado para revelar fotografias. Logo a frente da porta há uma pia de inox e alguns produtos químicos em prateleiras. Samuel ergue a cabeça para um dos cantos da sala e vê dezenas de fotos coladas na parede, ao aproximar-se nota com clareza que são diversas fotos deles, Joseph, Liana e Samuel, cada foto com um deles, fotos bem antigas, algumas parecem ter mais de um ano. A conclusão é de que essas pessoas estavam os seguindo a mais tempo do que o imaginado. Joseph sai do quarto e dirige-se para o quarto ao lado, experimenta a segunda chave, Samuel o segue, a chave abre a porta com sucesso, dentro do aposento há uma pequena biblioteca. Eles começam a olhar a lombada dos livros em busca de algo que possa ligá-los a alguma seita ou coisa parecida. Enquanto Joseph manuseia um livro ele escuta uma voz muito, mas muito baixa que parece vir de dentro da sala, ele alerta Samuel que também escuta, parecem ser gemidos, ao perseguirem o som começam a abaixar suas cabeças até chegarem a uma prateleira de livros. “-Parece que vem daqui de baixo.” Diz Samuel. Joseph empurra a estante pesada com toda a sua força até que ela despenque sobre o chão erguendo uma grande nuvem de poeira. Joseph acaba de revelar um alçapão debaixo da prateleira, ele o abre, há uma escada que desce e o caminho segue em um túnel. Samuel e Joseph descem as escadas, o túnel lembra clássicas minas, com vigas de madeira sustentando as paredes e o teto, pequenas lâmpada de metros em metros para iluminar o cominho. O caminho segue alguns poucos metros até chegar em uma porta de ferro. Joseph vira a maçaneta e empurra a porta, assim que ela se abre o cenário se modifica completamente, o chão e as paredes são cobertas por azulejos cinza, o aspecto do lugar lembra um açougue. Dando alguns passos adiante o odor é quase insuportável, o cheiro de carniça e de sangue é muito forte aqui. Na parede logo em frente Samuel e Joseph percebem vários mapas de anatomia humana e desenhos toscos de partes do corpo colados na parede. Ao olhar para a direita Samuel é surpreendido por duas macas e um grande lençol que parece ocultar um corpo, por cima dos lençóis grandes baratas e moscas caminham de um lado para outro. Atrás das macas existem seis gavetas de necrotério, algumas estão abertas, mas ninguém tem ânimo para abri-las. Bem ao lado das gavetas há uma porta fechada, os gemidos estão bem mais audíveis agora e com certeza vem deste lugar. Samuel toma a dianteira e abre a porta, logo a frente há uma escada que desce e dali se enxerga o que poderia se dizer o indescritível! Esta sala é quase do tamanho de uma quadra de basquete, seu teto é alto e aqui as paredes e o chão são revestidos de concreto. Logo abaixo próximo à parede oposta há uma grande tábua redonda suspensa do chão por alguns cabos de aço e nela há um homem preso, ele veste apenas calças, com os braços e pernas abertas. O homem está com as entranhas abertas, o tórax e o abdômen estão abertos e deles canos e tubos ligam o corpo a vidros, cada vidro com algum órgão especifico, os órgãos flutuam em líquidos. Parece que os órgãos de alguma maneira estão funcionando e sustentando o corpo, sua cabeça está sem a calota craniana e seu cérebro está à mostra. Bem rente ao homem há um grande círculo negro no chão. Samuel e Joseph descem as escadas lentamente não acreditando no que estão vendo, quando chegam ao chão vão se aproximando com passos vagarosos até o homem, Samuel se abaixa para verificar do que é feita a marca no chão, ao passar o dedo nota que não é tinta é algum tipo de pó, talvez carvão. Joseph caminha lentamente até o homem, seu desejo é vê-lo mais de perto, mas de repente o homem começa a se debater e a gritar como um animal selvagem. Joseph olha para o chão e vê que está sobre o círculo, quando volta os olhos para o homem novamente, ele já perdera a vida. Samuel levanta e um barulho ensurdecedor como de mil baleias azuis implorando por suas vidas ecoa pelo lugar, ele sentem que seus crânios estão sendo esmagados, cada segundo que passa os sons parecem tirar as suas forças para dar sequer um passo. Samuel perde a consciência, Joseph chega até a porta de saída e quando está preste a virar a maçaneta cai inconsciente.

A VOLTA 04:35 AM


Samuel abre os olhos, ele está sentado no banco de trás de uma viatura da polícia em frente à mansão, ainda chove e Liana está no banco da frente, Joseph está desacordado ao seu lado. Assim que Liana percebe os movimentos de Samuel ela se vira para trás e pergunta: -Você está bem? O que aconteceu lá? Joseph: -Minha cabeça dói... Faz quanto tempo que estamos desacordados? Liana: -Duas horas mais ou menos, os policiais entraram na casa e encontram vocês dois desacordados dentro de uma biblioteca. Joseph retoma a consciência e assim que percebe onde está, o policial Jones o surpreende na janela da viatura: -Vocês estão bem? O que aconteceu lá? Joseph: -Não sei ao certo... Samuel: -Havia um túnel na biblioteca? Jones: -Sim, mas pelo que vimos ele foi implodido há tempos. Vendo que Samuel e Joseph não estavam em condições de diálogo ele simplesmente pergunta: -Conhece esse homem? Jones mostra uma carteira de habilitação de um dos homens mortos dentro da mansão, Joseph olha e procura gravar bem todas as informações que vê. Samuel responde que não conhece. O policial oferece uma carona para voltarem e no caminho ele pede para eles irem até a delegacia prestar um depoimento informal sobre o que aconteceu. É próximo das duas da madrugada quando o grupo chega no hotel, desolados todos estão em silêncio. Liana pergunta a Joseph o que aconteceu e ele começa a narrar tudo que viu. Enquanto isso Samuel abre seu Notebook e o conecta a Internet. Sua intenção é procurar por Philip Thompson (Joseph) para ver o que há na rede sobre ele. Samuel começa com o método mais simples e menos eficaz, abre a página do Google, digita o nome de Philip e espera o resultado, para sua surpresa a primeira página contém o nome Philip Tompson. Ao abrir o link vê uma antiga foto de Joseph em décimo quarto lugar da lista dos mais procurados do FBI, as acusações são de narcotráfico e estelionato e assassinato. Joseph ao olhar o desânimo de Samuel pergunta: - O que houve? Samuel: - Você é o décimo quarto mais procurado pelo FBI. Joseph: - Acho que não devemos ir à delegacia amanhã. Samuel: - Com certeza, é muito arriscado... Joseph: - Você consegue descobrir de onde alguém é pelo número da licença de motorista? Samuel: - Posso tentar, acho que não é difícil. Porquê? Joseph: - Eu decorei a numeração e o nome do cara que foi morto na casa, o policial me mostrou a carteira de motorista. Samuel: -Isso é ótimo, me diga a numeração e eu descubro de onde ele é. Enquanto Joseph se curva sobre as costas de Samuel tentando ver quais serão os resultados de sua busca enquanto Liana dorme um sono pesado sobre a cama. Após alguns minutos Samuel encontra a localização do homem, seu nome é Bob Lotfar. Bob é de Boxford, Joseph imediatamente pergunta onde fica Boxford. Samuel faz uma busca rápida e ambos olham o mapa, Boxford fica ao norte de Boston. Trocam olhares desconfiados e decidem ir para a cidade amanhã.







VIATURAS EM FRENTE A MANSÃO

O PORTÃO DAVELHA MANSÃO VITORIANA

UM DOS MORTOS NO TIROTEIO EM UM QUARTO DA MANSÃO

NO PORÃO AS SEIS GAVETAS DE NECROTÉRIO

O HOMEM ENCONTRADO PRESO NO PORÃO DA MANSÃO

Um comentário:

Samuel J. S. Mendonça disse...

Tá muito bom cara...parabens
mais uma coisa...to confirmando minha disponibilidade pra jogo no sábado...mas pode acontecer de eu não ir...to completamente sem grana...até pra passagem...se eu conseguir grana eu vou certo...

abraços