PETER
O texto não taxado foi liberado para publicação na imprensa. Porém, recomenda-se a alteração das informações taxadas em amarelo e proteção (exclusão) das taxadas em vermelho como meio de sigilo legal dos indivíduos e instituições aqui citados.
22 de Setembro de 2008
O Banco Hermman Brothers Holdigns Inc. entrou em concordata do nessa segunda-feira. O grupo representa a 4° maior empresa americana do setor e foi fundada há 117 anos. No entanto, a partir de hoje seus 10 mil funcionários terão um futuro incerto pela frente. O senado analisa a possibilidade de usar as reservas federais para fazer um resgate financeiro e garantir a regularidade na economia que sofre cada vez mais os efeitos da crise financeira iniciada este mês.
31 de Março de 2009
O 8° Tribunal Federal julga o caso de concordata do Banco Hermman Brothers Holdigns Inc. Um grupo de mais de 100 ex-funcionários, gerentes e analistas do banco está sendo investigada sob acusação de fraude no sistema financeiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Do período de 2006 até a falência do banco em setembro de 2008, o grupo foi capaz de antever uma seqüência exata de 9 picos de alta no Mercado de Ações, resultando num lucro estimado em 2,3 bilhões de dólares. No entanto, por alguma razão desconhecida, o sistema fraudulento formado pela quadrilha entrou em colapso no ano de 2008, os recursos levantados sumiram das contas e o método usado para antever uma tamanha coincidência de altas ainda são um mistério.
13 de Janeiro de 2010
Um dos réus do caso Hermman Brothers é suspeito de assassinato. O economista Peter Hall que fazia parte do grupo investigado pelo FBI por fraudes durante a crise de 2008 foi indiciado como suspeito pelo desaparecimento do matemático Carlos Wilson. Wilson é um alto funcionário do centro de pesquisas matemáticas de Boston e esta desaparecido desde 2006. Seus pertences pessoais foram encontrados na casa de Peter. A polícia achou fotos, livros e documentos de Wilson estocados no sótão da casa. Peter já era investigado por fraudes ocorridas no Banco Hermman Brothers, onde ele trabalhou de corretor. A defesa do economista alega que tudo se trata de uma coincidência. Peter sofre de dependência química e encontra-se internado numa clinica especializada.
***
O Grupo de Bilderberg financia inúmeros centros de pesquisa cujos os desenvolvimentos tecnológicos e resultados são repassados aos patrocinadores. Gaspar era um dos pesquisadores chefes de um projeto de previsão e alteração do tempo. Eles usavam uma larga área de testes no estado de Montana, por isso minha família se mudou para lá. Bem, eu não cheguei a conhecer instalações nem nada disso. Aliás, nem sei onde ficam os campos de teste. Vivi na cidade de Billigs por apenas dois anos, me mudei muito cedo para estudar economia. Mais tarde, consegui uma ótima vaga em Nova York no Banco Hermman Brothers.
O banco era um dos principais fornecedores de recursos para o projeto de previsão de tendências temporais, isso porque o mercado financeiro é completamente regido por tendências futuras. Gaspar tinha uma longa relação com a gerência do banco e eu ganhei aquela vaga por pura indicação. Era uma relação de custo benefício para ambos os lados, o banco sabia que eu teria acesso exclusivo aos resultados de pesquisa emitidos por meu pai, Gaspar receberia financiamento para centro de pesquisa e eu teria um ótimo emprego.
Alcancei uma rápida promoção para trabalhar com os analistas do mercado de ações. Em 2006, havia um seleto grupo de analistas que tentavam aplicar as equações matemáticas de Carlos Wilson no mundo real. De fato, existia uma disputa entre diversas instituições para tentar decifrar aqueles códigos. A maioria das universidades consideravam os trabalhos de Carlos como uma numerologia barata, mas alguns poucos pensadores perceberam que aquele trabalho poderia ser a chave para o entendimento da natureza.
Hoje sabemos que as teorias de Carlos não foram desenvolvidas apenas por ele. Mas, curiosamente, a grande maioria dos estudiosos que trabalharam naquele tema terminou por enlouquecer ou se afastou da vida mundana. Chamávamos aquilo de “Maldição dos Números”. O próprio Carlos sumiu misteriosamente sem poder ver sua obra posta em prática.
Para aplicar as equações de Carlos na vida real, eram necessários determinar o valor de algumas constantes por meios experimentais. E esta era uma das missões de Gaspar junto ao grupo de físicos no campo de testes de Montana.
Foram quase 10 anos de pesquisa que nunca chegaram ser finalizadas. Os resultados parciais eram repassados para as empresas patrocinadoras. Foi assim que o Hermman Brothers recebeu um longo dossiê em fevereiro de 2005 com os resultados mais apurados sobre as equações. A gerência do banco repassou o material a nós analistas que começamos uma grande operação estudo dos documentos. Nós nos revezávamos noite e dia no trabalho de programação para aplicação das curvas de tendência e séries numéricas. Neste período acabei me viciando em remédios contra insônia. No entanto, após oito meses, programamos um método iterativo capaz de resolver as equações de Carlos para prever os ciclos de alta e baixa do mercado de ações.
O primeiro grande resultado foi obtido ao prever com alguns dias de antecedência o pico de valorização das ações da indústria farmacêutica. A hiper-valorização das ações ocorreu exatamente na data e hora prevista com a divulgação de noticias sobre a epidemia da gripe aviária. Assim, as equações de Carlos se mostraram extraordinariamente válidas, ainda que estivéssemos usando apenas uma versão muito parcial e particular dela. Aquela ferramenta apoiada os com inúmeros instrumentos de especulação do mercado, como a alavancagem de recursos, podia gerar lucros praticamente ilimitados. E assim acertamos nove ciclos seguidos de alta.
Porém, o ciclo seguinte foi previsto para as 11h do dia 19/09/2008 e nesta data ocorreu uma reversão inesperada por todos. Não ocorreu alta alguma, mas sim, foi o estopim da crise financeira e nós estávamos no olho do furacão. Uma forte baixa evaporou os bilhões de dólares aplicados. A falência era inevitável.
Naquele final de semana, a alta gerência, a família Hermman e os sócios majoritários convocaram a nós, funcionários e analistas importantes, para dar ordem de destruição dos arquivos, documentos sigilosos e além da formatação de todos os computadores. Também deveríamos esvaziar nossas contas no banco visto que a concordata começaria em questão de horas e era melhor sumir com o dinheiro físico. Assim, abrimos o cofre principal, mas obviamente a família Hermman e sócios é que levaram o bolo todo, ele deixaram algumas migalhas para que nós ficássemos quietos. Eu tinha acumulado mais de 7 milhões em minha conta bancária, mas só consegui salvar 600 mil que coloquei dentro de uma mala.
Apesar das ordens expressas de destruição de todos os arquivos, resolvi levar comigo os documentos do dossiê Carlos, pois aquelas equações eram preciosas demais para virarem cinzas. Assim, após uma madrugada toda formatando HD e triturando documentação sigilosa, tivemos permissão para partir. Eu caminhei até a estação do metro e aluguei uma chave de armário onde guardei a mala com a grana. Os documentos de Carlos eu levei comigo até Billigs, digitalizei tudo, botei num arquivo protegido com senha e guardei numa conta na internet. Mais tarde, usei um nick chamado “HAL” e repassei os arquivos protegidos de Carlos para um hacker chamado Jedah135.
Os arquivos físicos de Carlos ficaram escondidos no sótão da velha casa, e isso se mostrou um grande erro.
Comprei uma grande quantidade de cartelas de remédio contra insônia, pois elas seriam necessárias para enfrentar o longo processo judicial que o Hermman Brothers sofreria. Eu e muitos membros do banco fomos presos, tivemos nossos bens congelados. Mesmo assim, a maioria conseguiu ser solto após o pagamento de fiança. No entanto, eu era um pé rapado, minha grana estava num armário do metrô e fiquei algumas noites na cadeia até que um anônimo pagou minha fiança. Mesmo assim, os poucos dias na prisão foram o suficiente para evidenciar minha dependência por remédios e o juízes decidiram que eu deveria ficar internado numa clinica de reabilitação.
Juízes, todos sabemos que eles estão no bolso dos banqueiros. Aquele processo contra o Hermman Brothers não daria em nada. Porém, todo crime precisa de um bode expiatório e eu era o drogado perfeito para essa missão. Ainda mais depois que a polícia encontrou os documentos secretos de Carlos dentro do sótão da minha casa. Carlos estava desaparecido há dois anos, as equações eram dadas como destruídas, eu era acusado de fraude contra o sistema financeiro e aquela conjunção de tantos fatores resultou numa visita do “FBI” na clinica Lenox Hill, onde eu estava internado.
Então, o guarda noturno Anthony me contou que uns investigadores do governo federal haviam marcado uma entrevista a portas fechadas comigo, Peter Hall, interno n° 18729-C da ala dos dependentes químicos. Eram dois agentes, um deles se apresentou como Richard, o outro não se apresentou e ficou em silêncio durante o tempo todo.
Richard disse:
Pois então Peter. Você deve imaginar quem somos e o que nos trás aqui. Portanto, se você ama seu país e sua liberdade, deves nos explicar o que os documentos de Carlos faziam dentro da tua casa em Montana. Sabes que as investigações, tribunal, júri e tudo mais estavam ao seu favor até que essa coisa foi encontrada lá. Óbvio que a falência do Hermman Brothers era algo imprevisível, mas veja que não adianta usar rios de influência para salvar a pele de um bando de especuladores, quando tem um moleque no meio deles fazendo besteira. Sei que essa não foi a primeira vez que tu meteu o bedelho nas coisas do teu pai. Sim, eu sei que Gaspar Hall é teu pai e sei que aquele imbecil deixou o filhinho ver o que não devia. Sabe Peter, é por isso mesmo que acho que todo informante da CIA como Gaspar deveriam ser castrado. Assim, eu não teria que perder meu tempo concertando as merdas que vocês fazem. Então, começa me contando essa história antes que eu tenha que fazer o teu “papai” contar.
Peter
Bem, na verdade acho que tu sabe o que aconteceu, não sei o que te falar...
Richard:
Não, não sei o que aconteceu, meu colega aqui do lado também não sabe. Aliás, meu colega também não sabe que você sacou uma mala cheia de dólares um dia antes do pedido de concordata. Veja Peter, meu amigo aqui é muito inocente, ele não sabe nada. Ele só sabe usar esse saco de sufocamento para estrangular panacas metidos a esperto. Então, começa contando tudo desde o inicio.
O homem que não foi apresentado se levanta. Ele é grande e esta de óculos escuros. Não esboça sentimento algum e se posiciona atrás de Peter.
(continua)
22 de Setembro de 2008
O Banco Hermman Brothers Holdigns Inc. entrou em concordata do nessa segunda-feira. O grupo representa a 4° maior empresa americana do setor e foi fundada há 117 anos. No entanto, a partir de hoje seus 10 mil funcionários terão um futuro incerto pela frente. O senado analisa a possibilidade de usar as reservas federais para fazer um resgate financeiro e garantir a regularidade na economia que sofre cada vez mais os efeitos da crise financeira iniciada este mês.
31 de Março de 2009
O 8° Tribunal Federal julga o caso de concordata do Banco Hermman Brothers Holdigns Inc. Um grupo de mais de 100 ex-funcionários, gerentes e analistas do banco está sendo investigada sob acusação de fraude no sistema financeiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Do período de 2006 até a falência do banco em setembro de 2008, o grupo foi capaz de antever uma seqüência exata de 9 picos de alta no Mercado de Ações, resultando num lucro estimado em 2,3 bilhões de dólares. No entanto, por alguma razão desconhecida, o sistema fraudulento formado pela quadrilha entrou em colapso no ano de 2008, os recursos levantados sumiram das contas e o método usado para antever uma tamanha coincidência de altas ainda são um mistério.
13 de Janeiro de 2010
Um dos réus do caso Hermman Brothers é suspeito de assassinato. O economista Peter Hall que fazia parte do grupo investigado pelo FBI por fraudes durante a crise de 2008 foi indiciado como suspeito pelo desaparecimento do matemático Carlos Wilson. Wilson é um alto funcionário do centro de pesquisas matemáticas de Boston e esta desaparecido desde 2006. Seus pertences pessoais foram encontrados na casa de Peter. A polícia achou fotos, livros e documentos de Wilson estocados no sótão da casa. Peter já era investigado por fraudes ocorridas no Banco Hermman Brothers, onde ele trabalhou de corretor. A defesa do economista alega que tudo se trata de uma coincidência. Peter sofre de dependência química e encontra-se internado numa clinica especializada.
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O Grupo de Bilderberg financia inúmeros centros de pesquisa cujos os desenvolvimentos tecnológicos e resultados são repassados aos patrocinadores. Gaspar era um dos pesquisadores chefes de um projeto de previsão e alteração do tempo. Eles usavam uma larga área de testes no estado de Montana, por isso minha família se mudou para lá. Bem, eu não cheguei a conhecer instalações nem nada disso. Aliás, nem sei onde ficam os campos de teste. Vivi na cidade de Billigs por apenas dois anos, me mudei muito cedo para estudar economia. Mais tarde, consegui uma ótima vaga em Nova York no Banco Hermman Brothers.
O banco era um dos principais fornecedores de recursos para o projeto de previsão de tendências temporais, isso porque o mercado financeiro é completamente regido por tendências futuras. Gaspar tinha uma longa relação com a gerência do banco e eu ganhei aquela vaga por pura indicação. Era uma relação de custo benefício para ambos os lados, o banco sabia que eu teria acesso exclusivo aos resultados de pesquisa emitidos por meu pai, Gaspar receberia financiamento para centro de pesquisa e eu teria um ótimo emprego.
Alcancei uma rápida promoção para trabalhar com os analistas do mercado de ações. Em 2006, havia um seleto grupo de analistas que tentavam aplicar as equações matemáticas de Carlos Wilson no mundo real. De fato, existia uma disputa entre diversas instituições para tentar decifrar aqueles códigos. A maioria das universidades consideravam os trabalhos de Carlos como uma numerologia barata, mas alguns poucos pensadores perceberam que aquele trabalho poderia ser a chave para o entendimento da natureza.
Hoje sabemos que as teorias de Carlos não foram desenvolvidas apenas por ele. Mas, curiosamente, a grande maioria dos estudiosos que trabalharam naquele tema terminou por enlouquecer ou se afastou da vida mundana. Chamávamos aquilo de “Maldição dos Números”. O próprio Carlos sumiu misteriosamente sem poder ver sua obra posta em prática.
Para aplicar as equações de Carlos na vida real, eram necessários determinar o valor de algumas constantes por meios experimentais. E esta era uma das missões de Gaspar junto ao grupo de físicos no campo de testes de Montana.
Foram quase 10 anos de pesquisa que nunca chegaram ser finalizadas. Os resultados parciais eram repassados para as empresas patrocinadoras. Foi assim que o Hermman Brothers recebeu um longo dossiê em fevereiro de 2005 com os resultados mais apurados sobre as equações. A gerência do banco repassou o material a nós analistas que começamos uma grande operação estudo dos documentos. Nós nos revezávamos noite e dia no trabalho de programação para aplicação das curvas de tendência e séries numéricas. Neste período acabei me viciando em remédios contra insônia. No entanto, após oito meses, programamos um método iterativo capaz de resolver as equações de Carlos para prever os ciclos de alta e baixa do mercado de ações.
O primeiro grande resultado foi obtido ao prever com alguns dias de antecedência o pico de valorização das ações da indústria farmacêutica. A hiper-valorização das ações ocorreu exatamente na data e hora prevista com a divulgação de noticias sobre a epidemia da gripe aviária. Assim, as equações de Carlos se mostraram extraordinariamente válidas, ainda que estivéssemos usando apenas uma versão muito parcial e particular dela. Aquela ferramenta apoiada os com inúmeros instrumentos de especulação do mercado, como a alavancagem de recursos, podia gerar lucros praticamente ilimitados. E assim acertamos nove ciclos seguidos de alta.
Porém, o ciclo seguinte foi previsto para as 11h do dia 19/09/2008 e nesta data ocorreu uma reversão inesperada por todos. Não ocorreu alta alguma, mas sim, foi o estopim da crise financeira e nós estávamos no olho do furacão. Uma forte baixa evaporou os bilhões de dólares aplicados. A falência era inevitável.
Naquele final de semana, a alta gerência, a família Hermman e os sócios majoritários convocaram a nós, funcionários e analistas importantes, para dar ordem de destruição dos arquivos, documentos sigilosos e além da formatação de todos os computadores. Também deveríamos esvaziar nossas contas no banco visto que a concordata começaria em questão de horas e era melhor sumir com o dinheiro físico. Assim, abrimos o cofre principal, mas obviamente a família Hermman e sócios é que levaram o bolo todo, ele deixaram algumas migalhas para que nós ficássemos quietos. Eu tinha acumulado mais de 7 milhões em minha conta bancária, mas só consegui salvar 600 mil que coloquei dentro de uma mala.
Apesar das ordens expressas de destruição de todos os arquivos, resolvi levar comigo os documentos do dossiê Carlos, pois aquelas equações eram preciosas demais para virarem cinzas. Assim, após uma madrugada toda formatando HD e triturando documentação sigilosa, tivemos permissão para partir. Eu caminhei até a estação do metro e aluguei uma chave de armário onde guardei a mala com a grana. Os documentos de Carlos eu levei comigo até Billigs, digitalizei tudo, botei num arquivo protegido com senha e guardei numa conta na internet. Mais tarde, usei um nick chamado “HAL” e repassei os arquivos protegidos de Carlos para um hacker chamado Jedah135.
Os arquivos físicos de Carlos ficaram escondidos no sótão da velha casa, e isso se mostrou um grande erro.
Comprei uma grande quantidade de cartelas de remédio contra insônia, pois elas seriam necessárias para enfrentar o longo processo judicial que o Hermman Brothers sofreria. Eu e muitos membros do banco fomos presos, tivemos nossos bens congelados. Mesmo assim, a maioria conseguiu ser solto após o pagamento de fiança. No entanto, eu era um pé rapado, minha grana estava num armário do metrô e fiquei algumas noites na cadeia até que um anônimo pagou minha fiança. Mesmo assim, os poucos dias na prisão foram o suficiente para evidenciar minha dependência por remédios e o juízes decidiram que eu deveria ficar internado numa clinica de reabilitação.
Juízes, todos sabemos que eles estão no bolso dos banqueiros. Aquele processo contra o Hermman Brothers não daria em nada. Porém, todo crime precisa de um bode expiatório e eu era o drogado perfeito para essa missão. Ainda mais depois que a polícia encontrou os documentos secretos de Carlos dentro do sótão da minha casa. Carlos estava desaparecido há dois anos, as equações eram dadas como destruídas, eu era acusado de fraude contra o sistema financeiro e aquela conjunção de tantos fatores resultou numa visita do “FBI” na clinica Lenox Hill, onde eu estava internado.
Então, o guarda noturno Anthony me contou que uns investigadores do governo federal haviam marcado uma entrevista a portas fechadas comigo, Peter Hall, interno n° 18729-C da ala dos dependentes químicos. Eram dois agentes, um deles se apresentou como Richard, o outro não se apresentou e ficou em silêncio durante o tempo todo.
Richard disse:
Pois então Peter. Você deve imaginar quem somos e o que nos trás aqui. Portanto, se você ama seu país e sua liberdade, deves nos explicar o que os documentos de Carlos faziam dentro da tua casa em Montana. Sabes que as investigações, tribunal, júri e tudo mais estavam ao seu favor até que essa coisa foi encontrada lá. Óbvio que a falência do Hermman Brothers era algo imprevisível, mas veja que não adianta usar rios de influência para salvar a pele de um bando de especuladores, quando tem um moleque no meio deles fazendo besteira. Sei que essa não foi a primeira vez que tu meteu o bedelho nas coisas do teu pai. Sim, eu sei que Gaspar Hall é teu pai e sei que aquele imbecil deixou o filhinho ver o que não devia. Sabe Peter, é por isso mesmo que acho que todo informante da CIA como Gaspar deveriam ser castrado. Assim, eu não teria que perder meu tempo concertando as merdas que vocês fazem. Então, começa me contando essa história antes que eu tenha que fazer o teu “papai” contar.
Peter
Bem, na verdade acho que tu sabe o que aconteceu, não sei o que te falar...
Richard:
Não, não sei o que aconteceu, meu colega aqui do lado também não sabe. Aliás, meu colega também não sabe que você sacou uma mala cheia de dólares um dia antes do pedido de concordata. Veja Peter, meu amigo aqui é muito inocente, ele não sabe nada. Ele só sabe usar esse saco de sufocamento para estrangular panacas metidos a esperto. Então, começa contando tudo desde o inicio.
O homem que não foi apresentado se levanta. Ele é grande e esta de óculos escuros. Não esboça sentimento algum e se posiciona atrás de Peter.
(continua)
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