DIA 5 DE JUNHO DE 2006
DIA 5 DE JUNHO DE 2006; NOVO MUNDO, 1º DIA
Mais do que nunca serão necessários registros dessas datas. Isso começou como um diário pessoal lembra? Agora é o único registro escrito, pois não havia mais ninguém para escrever. Estávamos sozinhos naquela metrópole... Ou talvez não se considerar as pobres criaturas bizarras que vimos no caminho... Remendos de pessoas que parecem não ter ido ao seu destino final.
Passaria a primeira semana depois do fim e nada parecia promissor... Parece que a vida acabou em todos os sentidos... Sem pessoas, animais, insetos... Nada. Liana parecia finalmente sentia o impacto da situação... Eu não queria ser ela agora. Era muito forte, mas perder a criança a afetou demais. Estava perdida e não a culpo. Samuel fez o que pode... O bom e forte Samuel... Nada parecia afetar ele, nem o final dos tempos. Havia ainda uma coisa que precisava saber... Estava me corroendo a alma fazia tempo e eu precisava saber... Os sonhos dele. Nada acontece ao acaso e s e sonhou comigo eu tenho o direito de saber não é mesmo?
Laura - O que você sonhou da outra vez, La na ilha? E não adianta dizer que não tem a ver comigo porque eu sei que tem.
Samuel - Não quero falar disso.
- Pode ser importante...
- Não é importante!
- E não foi à primeira vez não é? Já não é a única vez que você acorda e me olha de forma estranha. Sabe que nesta situação os sonhos já não podem mais ser coincidência. Eu entendo que pode ser difícil, mas... DROGA SAMUEL, OLHE PARA MIM ENQUANTO EU FALO COM VOCÊ!
Eu não esperava uma reação daquelas! Samuel parecia assustado e fugindo de mim! O que ele viu afinal? Eu tinha medo do que poderia escutar, mas eu precisava saber. Poderia ser importante! Eu insisti a ponto que parecia mais uma tortura ao Samuel, mas ele não fugiria de mim... Eu precisava daquela resposta e que não fossem os meus temores mais íntimos!
- Samuel, você não pode continuar fugindo disso para sempre. Se estes sonhos me envolvem eu também tenho o direito de saber...
- Eu... Sonhei que estávamos fazendo amor. É isso!
“Ele sonhou que estávamos fazendo amor... Transando... Sexo...”
Eu vi o quanto foi difícil para ele, mas e eu então? Nunca teria passado pela minha cabeça que o velho e confiável Samuel tivesse desejos carnais dirigidos á mim!
E depois, ele não tinha uma mulher? Gabriela se não me engano... Naquele momento meus sentimentos eram conflitantes e eu queria enfiar a cabeça na terra como um avestruz! Por um lado eu estava assustada, mas também sentia algum alívio... Não pensem bobagem! Desconfiava que talvez um daqueles homens que me acompanham poderia ser o pai do meu filho... E que bom que poderia ser um homem como Samuel... Mas o que estou dizendo? Apenas teorias descabidas de fundamento... Nada mais!
Eu quase agradeci quando outros problemas apareceram... Foi durante a noite seguinte que vimos às criaturas... Na verdade fui acordada por uma batida na porta. Pareciam como aquelas criaturas deformadas que vimos em Chernobyl e só se ouvia seus movimentos à noite. Veríamo-las muitas vezes... Mas antes tínhamos que cuidar de nós mesmos. Victor estava muito doente e precisava de tratamento. A medicina era uma possibilidade na minha vida como carreira, tanto que havia iniciado algum aprendizado na área de enfermagem, até a interrupção brusca no meu aniversário de 15 anos... Fiz tudo o que podia para ajudar Victor a melhorar e todos se dedicaram a fazê-lo sobreviver... Foi a minha forma de fazer o tempo passar de forma útil. Fico feliz em dizer que meus esforços valeram à pena.
Os dias passaram devagar... Muito devagar...
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