BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

domingo, 7 de outubro de 2007

28/11/2005


NOVIDADES? – SEGUNDA - 11:12 am

Samuel acomoda-se na cadeira do hotel enquanto faz a conexão pela linha telefônica do quarto do hotel. Peter fica de pé atrás dele apenas observando. Enquando o sistema operacional carrega, Samuel revisa suas anotações para que não haja erros. Uma ultima longa baforada no cigarro, como um suspiro que antecede o pior. Samuel começa a invasão. Pelo sistema da polícia Samuel entra com o login que Antony havia lhe dado, seu primeiro passo é buscar por qualquer informação por Phillip Reeve. Uma breve busca mas nada foi encontrado. Samuel procura não perder tempo, usando os protocolos eletrônicos procura forçar um acesso ao sistema de informações bancárias. Assim que o faz ele procura por qualquer conta ou movimentação de dinheiro nos EUA em que o nome de Phillip esteja envolvido. Enquanto ele usa um programa que varre a rede procurando pelo pelas informações que deseja, aproveita para descobrir se há algum telefone no nome de Reeve. Ele usa o mesmo procedimento, a procura por nomes dentro de uma operadora é bem mais fácil. Em poucos minutos Samuel encontra mais de uma linha no nome de Reeve, logo depois ele procura por linhas no nome de Garnier Morris, assim que encontra o nome dele ele procura ligações feitas de Reeve para Garnier e vice versa.
Peter acompanha tudo atentamente. Com as mãos apoiadas sobre o encosto da cadeira ele vira seus olhos para a janela, no reflexo do vidro Peter vê sua mãe grávida como se estivesse logo atrás de si! Sem piscar os olhos Peter vira-se mas não há nada! Ao olhar para o relógio que marca pouco mais de meia noite, não consegue pensar em outra coisa senão no pior. Ele Tenta não mostrar medo para não atrapalhar Samuel, mas fica impossível continuar prestando atenção no que ele está fazendo.
Samuel encontra a primeira ligação entre Morris e Reeve, foi a mais de quatro anos atrás mais ou menos na época em que ele descobriu o envolvimento dos dois na Tríade. Samuel faz download de todos os arquivos que contém as ligações de Morris e Phillip. Assim que faz isso ele volta à janela da tela que estava tentando localizar as contas de Reeve, na tela há três contas em bancos diferentes ali mesmo nos EUA, ele procura por transações feitas em contas no nome de Garnier, e encontra algumas transações, mas todas de baixo valor, nenhuma com valor acima de 10.000$. Samuel salva todos os dados dentro do seu computador.
Alumas horas depois Samuel conta a Peter tudo o que encontrou. Porém nada é realmente útil para pegá-lo.
Samuel: - Ainda temos o endereço de Daniel.
Peter: - Aquele endereço que Antony te passou?
Samuel: - Sim.
Peter: - Podemos ir amanha averiguar quem é.
Samuel: - Claro, vamos descansar e amanhã veremos isso...
São pouco mais de dez da manhã quando os dois seguem de carro na manhã chuvosa até o Bronx, na rua que Antony disse que o tal homem que estava procurando Samuel morava. O carro para há alguns metros do prédio, é uma zona pobre e mal freqüentada da cidade. Os dois desembarcam do carro e caminham até o prédio. Uma pesada porta de ferro está encostada, os dois abrem e sobem as escadas até o quarto andar. Parados em frente a porta suja e em mal estado escutam o volume da televisão que parece estar em um canal de lutas ou algo parecido. Hesitante, Samuel bate a porta. Toc, Toc, Toc.
- Quem é? Grita uma voz de máscula de dentro do apartamento.
Samuel: - Estou procurando por Daniel.
- Quem é? Pergunta novamente a voz em alto tom de dentro do apartamento.
Samuel: - Preciso falar com Daniel.
- Quem quer falar com ele?
Samuel: - Um amigo dele.
- Daniel não tem amigos! Responde a voz já em outra entonação.
Samuel: - Acho que ele vai querer me ver mesmo assim.
Alguns segundos depois a porta abre, o rosto largo de um homem branco com cabelo raspado e barba por fazer surge na fresta da porta, a corrente de segurança do lado de dentro da apóia o silenciador da pistola que o homem aponta enquanto tenta reconhecer Samuel e Peter.
Samuel olha surpreso a cena e quando o homem arregala os olhos e virando-se para Samuel diz: “-Você?”. Samuel e Peter esquivam-se para o lado! Tuff! O homem deu um tiro e a porta do apartamento fecha! Peter e Samuel levantam-se se mantendo longe da porta. Enquanto Samuel tenta escutar alguma coisa de dentro do apartamento, Peter desce correndo as escadas, em passos apressados ele sai do prédio, enquanto a chuva cai suavemente ele dá a volta no lugar para tentar ver a janela do apartamento. Na lateral do prédio Peter vê o homem fugindo pelas escadas de emergência que ficam do lado de fora do prédio. Ele volta para o interior do prédio, sobe um lance de escadas e berra para Samuel: “Ele está fugindo!”. Enquanto Peter corre para a lateral do prédio, Samuel chuta a porta do apartamento com sua pistola em punho.
O apartamento está imundo, na sala há uma velha televisão ligada, o chão está repleto de latas de cerveja e todo tipo de sujeira Samuel corre e olha para o lado de fora da janela, o homem já está chegando ao solo pelas escadas, na esquina Peter empunha um cano de metal enquanto corre na direção do homem. Assim que o homem percebe estar sendo seguido por Peter, mesmo correndo ele dispara a arma em sua direção, Peter atira-se no chão. Samuel pula a janela e começa a descer as escadas.
Peter levanta-se e continua correndo atrás do homem, ao final do quarteirão o homem continua correndo, ele atravessa a rua correndo, enquanto as buzinas dos automóveis formam uma sinfonia do desespero o homem atira-se por cima dos carros que freiam bruscamente. Quando Peter chega no mesmo lugar, o trafego já voltou ao normal e ele hesita em arriscar-se perdendo o homem de vista.
Samuel ofegante alcança Peter e o questiona:
- Cadê o homem?
Peter responde também ofegante: - Droga! Ele fugiu.
Samuel: - Vamos voltar e revistar o apartamento antes que ele volte.
Peter e Samuel voltam ao prédio e investigam o apartamento. Samuel procura por qualquer evidencia que possa ligar esse homem a Reeve. Ele entra em um quarto sujo e bagunçado, dentro de um armário Samuel encontra uma pilha de papéis, entre eles, encontra uma espécie de relatório dele mesmo, com sua foto, hábitos, dados pessoais e seu ultimo nome falso, Tomas. Dentro do mesmo armário, Samuel percebe que o fundo parece ser falso. Ele chama por Peter e pede ajuda para que possa abrir o fundo do guarda-roupa. Com algum esforço, Peter e Samuel conseguem arrombar o que parece ser uma portinhola, ao abrir revela-se um o compartimento como uma pequena janela com pouco mais de 30cm de profundidade, nela há quatro suportes, um com um rifle, outro com uma escopeta e os outros dois suspendem duas pistolas e munição. Samuel pega o rifle e a escopeta e os enrola nos lençóis da cama. Peter põe as pistolas na cintura e enquanto Samuel diz:
- Vamos sair logo daqui antes que aquele cara volte.
Peter e Samuel saem do prédio com as armas ocultas, entram no carro e voltam para o hotel.

7:12 PM


A dupla passa o dia pensando o que fazer com a nova aquisição, aquelas armas podem render um dinheiro que está fazendo muita falta agora. Infelizmente o único que conhecia as pessoas que poderiam comprar esse tipo de material era Joseph. Samuel pensa em falar com Antony, mas ele não faz o tipo “policial bandido”. Por enquanto o melhor é apenas guardar o material e voltar para o prédio onde Daniel morava (se é que aquele era Daniel). Samuel e Peter planejam ficar de tocaia próximo ao prédio para ver se Daniel volta.
São pouco mais de nove horas da noite quando os dois estão dentro do carro com todas as luzes apagadas, estão cansados de esperar e até então ninguém entrou ou saiu do prédio, mas quando menos esperam um carro sedan cinza para em frente ao prédio, dentro do carro três homens jovens e de bom porte físico, um entra no prédio e dois ficam no carro. Alguns minutos depois o mesmo homem que desembarcou do carro sai do prédio acompanhado de Daniel, os dois carregam o carro com caixas e malas. Provavelmente o homem está fugindo. “descobrimos a toca dele, agora vai fugir”, pensa Samuel.
Logo depois que os homens carregam o carro, ele arranca. Samuel conta alguns segundos e liga o carro, aos poucos Samuel começa a segui-lo da maneira mais furtiva que consegue. Depois de algum tempo o carro onde Daniel se encontra entra em uma grande avenida. Seus ocupantes já olham o carro da dupla desconfiados demais, sem ter o que fazer, Samuel acelera o carro para ultrapassá-los tentando convencê-los de não estão sendo seguidos. Samuel tenta concentrar-se na direção, mas quando o carro de Daniel passa ao lado da janela de Peter o motorista joga o carro contra a lateral do carro da dupla! Samuel tenta esquivar mas o choque é inevitável! Peter pega uma pistola, aponta de qualquer maneira para o carro e dispara! Bam! O tiro não atinge ninguém dentro do carro e alguns gritos de desespero de outras pessoas na rua já é ouvido. O carro da frente freia e Samuel é obrigado a parar o carro. O carro suspeito some entre o transito. Samuel tira o carro da avenida e os dois voltam para o hotel. No caminho Samuel e Peter conversam:
Samuel: - Droga! O que aconteceu?!
Peter responde com a voz tremula: - Eu não sei. Eu tentei atirar, mas não deu certo. Tomara que eu não tenha acertado ninguém inocente.
Samuel: - Merda! Mais um carro amassado!
Em silencio os dois desembarcam no hotel e tentam relaxar para o próximo dia.
Cansado Samuel abre a porta do banheiro, talvez lavar o rosto lhe de um novo ânimo, mas quando ele abre a porta do banheiro sai de dentro uma forte fumaça de vapor de água quente, além disso a luz do banheiro está acesa. Intrigado e antes de entrar no banheiro Samuel grita por Peter. Peter que estava na janela pergunta de onde está:
- O que houve?
Samuel: - Você estava tomando banho?
Peter: - Não.
Samuel: - Não foi você que ligou a água para tomar banho?
Peter: - Não.
Samuel espera alguns segundos para a fumaça se dissipar e entra no banheiro, junto à parede a banheira está cheia e com a tampa no ralo. Samuel coloca a mão dentro da banheira e puxa a tampa para esvaziá-la, assim que e água começa a baixar Samuel vê no reflexo da água o rosto de uma mulher branca como se já estivesse morta. - Aaaaaaahhhhhh! Samuel grita com o susto que levara, e caminha para trás.
Peter: - Você está bem?
Samuel: - Eu vi o rosto de uma mulher no reflexo da água!
Peter: - Vai acontecer de novo! Enquanto você estava usando o computador eu vi o reflexo de minha mãe no viro da janela.
Samuel: - Por Deus, de novo não.
Samuel caminha cambaleando até a sala, aos poucos ele escuta um tilintar familiar... Vem do seu computador... São as teclas, ele e Peter se aproximam, as teclas se movem como se houvesse alguém as pressionasse, na tela do seu computador em fundo negro os caracteres em branco formam repetidamente: “MORTE, MORTE, MORTE, MORTE...” Samuel baixa a tampa do notebook. Peter corre para a porta e a abre, ele olha o corredor deserto, “o cenário está perfeito para uma noite daquelas.” Pensa ele.
- Vamos sair daqui, vamos para um lugar público. Diz Peter.
Samuel: - Vamos.
Samuel arruma sua mochila apressadamente, e ambos saem do quarto, mas assim que chegam no corredor, vêem a criatura que temiam! Ela está parada ao fundo do corredor, as luzes a sua volta oscilam como se lutassem contra a simples presença daquele ser. Samuel e Peter correm desesperados para as escadas do hotel, a escuridão é a ultima coisa que os dois enxergam antes de perder a consciência.

? HORA DESCONHECIDA

Samuel abre os olhos, sua visão ainda turva o surpreende por não estar no quarto. Ele esfrega os olhos com as mãos, até que olha tudo a sua volta, parece estar dentro de uma... Piramide!? As paredes e o piso são lisos e brancos como o vidro, não há nenhuma entrada ou saída visíveis de ar e o lugar deve ser pouco maior que uma sala espaçosa. Ele levanta-se, os passos e seus movimentos ecoam pelo lugar, Samuel pensa no pior: “seria o fim?” Samuel começa a apalpar as paredes, um circulo de tamanho semelhante a uma tapa de bueiro no centro da parede se abre como se a metéria desintegrasse instantaneamente. Ele olha, do outro lado do buraco Samuel vê Peter deitado ao chão. O lugar parece ser o idêntico ao que está. Samuel passa pelo buraco, assim que atravessa o buraco se fecha. Samuel balança Peter que se acorda perguntando em voz sonolenta:
- O que houve? Onde eu estou?
Samuel: - Não sei. Acordei nesse lugar.
Peter levanta tentando entender o que está acontecendo. Sem acreditar no que vê ele começa a apalpar as paredes e diz: - Estamos presos?
Samuel: - Não sei, essas paredes tem portas.
Peter dá tapas nas paredes lutando para não expor seu desespero quando outra parede se abre. Samuel pergunta:
- O que há do outro lado?
Peter: - Pelo jeito uma sala idêntica a essa.
Os dois atravessam o buraco e na outra sala tentam abrir novamente outro buraco em outra parede, o que de fato ocorre e novamente, os dois vão para outra sala.
Samuel: - Mas que diabos de lugar são esses?
Peter: - Será que morremos?
Samuel: - Não. Não pode ser assim.
Suas mentes perambulam as mais fantasiosas idéias procurando explicações para isso tudo, mas o que parece mais plausível é que a insanidade venceu uma antiga batalha.
Aos poucos a noção de tempo perde o sentido, a dupla tenta ir trocar de sala inúmeras vezes, mas a noção de espaço também já fora comprometida. Nenhum dos dois sabe ao certo quanto tempo passou mas nenhum desistiu de sair do lugar, já sem esperanças um dos buracos se abre na parede mas antes de saltarem para o outro lado, eles vêem Joseph! Magro, com cabelos e barbas longas, as roupas em retalhos e empunhando uma faca suja de sangue na mão. Samuel grita: “-Joseph!”, Joseph o olha e corre em sua direção Samuel, por mais que pareça loucura Samuel espera Joseph chegar, ele sabe que Joseph nunca faria nada contra ele. Quando Joseph está prestes a alcançá-lo o buraco se fecha. Samuel bate na parede desesperadamente mas quando o buraco se abre novamente não há nada do outro lado...
Samuel: - Você viu? Não viu?
Peter: - Eu vi sim!
Samuel: - O que está acontecendo meu Deus?! O que?
Peter: - Acalme-se vamos tentar seguir as paredes em linha reta. Talvez nos leve há algum lugar.
Samuel volta a si, e mesmo sem muita vontade, ele segue Peter. Depois de atravessar mais de 50 paredes, já prestes a desistir, Samuel e Peter chegam a uma sala em que uma das paredes é preta! Os dois correm, assim que se aproximam o buraco na parede se abre. Do outro lado, nada mais do que a escuridão... A dúvida permanece em ir em frente entre as trevas ou ficar ali rodando entre aquelas salas que desrespeitam o tempo e o espaço. Os dois decidem seguir em frente, passam pelo buraco que logo se fecha. Samuel e Peter tentam conversar para não se perderem um do outro, a escuridão era absoluta mas os dois já haviam caminhado bastante aquele lugar deveria ser no mínimo do tamanho de um campo de futebol. De repente, ao longe uma luz, um buraco em uma parede há alguns metros. Os dois caminham em direção a luz e passam pelo buraco, do outro lado, um enorme saguão redondo de paredes e chão brancos com centenas talvez milhares de cápsulas de dois metros de altura por um, como casulos espalhados por todas as paredes. Os dois seguiam caminhando, Peter vai até um dos casulos enquanto Samuel segue caminhando em linha reta, a superfície parece ser de silicone ou uma borracha branca, ao toque, parece haver alguma coisa dentro, Peter pressiona aquela película com um pouco mais de força até sua mão entra em alguma coisa fria e gelatinosa. Com a outra mão ele abre aquela película, e salta para trás quando vê que sua mão estava enterrada no abdome de um homem já em estado de decomposição! Samuel grita para Peter:
- Encontrei uma porta aqui!
Peter limpa as mãos na própria roupa e segue em direção a Samuel. Os dois chegam em uma sala onde há um corredor e dele saem uma fila daquelas criaturas que os perseguiam, quando se viram para fugir, deparam-se com seis das criaturas paradas atrás deles. Elas caminham em direção aos dois os encurralando, Os dois vêem de perto aqueles seres, nada conseguem fazer se não gritar apavorados! Todos começam a pega-los pelos braços e pernas Samuel e Peter se debatem mas de nada adianta. Eles são postos lado a lado sobre uma mesa metálica, do teto uma película como a dois casulos cai sobre os dois corpos, o peso do material é estranhamente pesado e bloqueiam os movimentos que silenciam os berros estridentes e desesperados! Quando estão quase sem ar o dedo de uma das criaturas perfura a película fazendo um buraco na altura da boca de cada um. Um gosto amargo é a ultima coisa que sentem antes de ficarem inconscientes...

O BRONX


NY

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