BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

11/11/2005 II

TERROR - SEXTA FEIRA - 22:32 pm

Samuel sentado em uma cadeira conta a Peter algumas histórias que viveu buscando pelas respostas que procurava, Peter sentado na cama por sua vez o olha quando se assusta ao ver o vulto de alguém passando pela janela! Samuel percebe a reação de Peter e olhando a suas costas pergunta:
- O que houve?
Peter: - Eu vi alguém na Janela!
Samuel corre até a janela olha e diz: - Impossível, estamos no segundo andar.
Peter: - Eu acho que devo lhe mostrar isso.
Peter abre sua carteira e tira dela uma foto em preto em branco com algumas pessoas atravessando uma rua, e entrega a Samuel.
Samuel: - O que é isso?
Peter: Eu trabalhei no museu de Montana, essa foto é de 1980, estava arquivada lá, um fotografo tirou varias fotos de pessoas na rua em Montana, e eu encontrei minha mãe nessa. Veja ela está grávida, percebe a sombra atrás dela?
Samuel olha uma antiga fotografia em preto e branco e uma bela mulher grávida espera para atravessar a rua, atrás dela uma sobra estranha, como se houvesse alguém atrás dela. E ele diz a Peter:
- Isso é só mais uma prova de que as coisas não estão acontecendo por acaso.
Repentinamente as luzes se apagam! Peter caminha até a janela lá fora o resto do quarteirão parece estar com energia elétrica. Samuel caminha até a porta e a tranca. O telefone do quarto começa a tocar... Samuel atende telefone, uma voz gutural berra do outro lado da linha: - MEE AAJUUUDDAAAA. Alguns ruídos como se alguma interferência afetasse o telefone e a ligação cai. Samuel desliga assustado! Ele tira o telefone do gancho, está mudo. Samuel olha o fio do telefone, entre o telefone e a parede o fio está arrebentado. Samuel diz: “- Peter, de uma olhada aqui.”. Peter olha o fio do telefone pela luz que entra da janela e diz:
- Como você fez isso?
Samuel: - Eu não fiz isso! O telefone tocou já com o fio assim!
Peter verifica o fio não acreditando no que ouvira. Samuel olha para Peter, e um uma sombra negra o envolve em meio a pouca luz. Samuel senta-se a cama e diz:
- Vamos ter uma noite ruim. Mais uma noite ruim.
Peter não diz nada e mesmo não percebendo o que Samuel viu fica muito assustado com o que está acontecendo mas não diz nada.
Blam! Um estrondo no banheiro! Samuel levanta-se da cadeira, ascende seu isqueiro que bravamente tenta iluminar o aposento, não há nada no banheiro, Samuel olha para todos os cantos quando surge em um piscar de olhos uma mulher a sua frente! Em um milésimo de segundo ela some e ressurge do outro lado do banheiro! Samuel vira-se assustado e ela some!
Na sala Peter vê um forte feixe de luz por debaixo da porta, mas paralisado pelo medo não consegue fazer nada além de observar. De repente um velho rádio do quarto liga! Samuel sai do banheiro ainda assustado em direção as pequenas luzes que brilham do rádio do quarto. Ele caminha até elas, quando se aproxima o som de estática sai pelas caixas de som a todo volume até serem interrompidas por gritos e mais gritos de lamentos e dor! São quase vinte segundos com um som que mais parece uma tortura! Blam! Outro barulho no banheiro! Os dois voltam seus olhos em direção ao som, em frente à porta do banheiro Samuel reconhece a figura que outrora vira no mesmo quarto quando estava com Joseph e Liana! O ser negro de olhos grandes caminha em direção a Samuel! Peter grita de medo: “- Socorro!” O ser continua caminhando na direção a Samuel que fica paralisado de medo apenas olhando o ser que se aproxima! Peter olha pela janela chega a pensar em pular mas a única coisa que consegue fazer é sentar-se no chão e gritar enquanto chora. O ser, com um movimento preciso, agarra a perna esquerda de Samuel com um único braço e o arrasta pelo quarto. Samuel luta desesperadamente socando o braço da criatura e gritando de pavor e medo que acabam o levando a desmaiar...

PERDIDO – HORA E DIA DESCONHECIDOS

Samuel abre os olhos, sua visão embaçada contempla a distante luz que brilha. Ao olhar ao seu redor percebe que está nu em um beco sujo. Ainda tonto e sem entender o que está acontecendo ele caminha com seus pés descalços sobre a água podre do beco. O frio impede que consiga raciocinar corretamente, ao chegar na calçada se depara com a rua vazia, sem ter para onde ir Samuel caminha sem rumo com frio e fome pela rua. Dois quarteirões adiante ele reconhece um posto de gasolina em uma esquina. Está perto do hotel, sua mente se esforça ao máximo para traçar o caminho mais curto de onde está até o motel. Samuel esgueira-se pelas sombras sem ser notado pelas poucas pessoas que vagam nesta noite congelante. Ao chegar no motel Samuel espia para dentro do prédio, ele não vê ninguém e cambaleante corre para o quarto. Ao chegar em frente à porta ele tenta abri-la mas está trancada. Tum! Tum! Tum! Ele bate a porta, alguns segundos e vê o rosto de Peter saindo das sombras que parecem habitar o quarto mais do que Peter.
Peter: - Samuel! O que aconteceu?! Onde estava?
Samuel: - Eu não sei.
Peter o abraça tentando cobri-lo e o traz para dentro do quarto. Samuel olha para a mala de roupas de Peter e nela pega uma calça e uma jaqueta. Ele a veste e se deita na cama. Ao olhar ao seu redor, o medo o consome! Ele coloca as mãos sobre os olhos para e tenta concentrar-se em outra coisa, mas por dentro ele está gritando apavorado com o que aconteceu. Samuel respira fundo e olha para Peter, o que vê é um rosto cansado com profundas olheiras.
Samuel: - Você está bem?
Peter: - Sim eu estou! Mas e você? O que aconteceu com você?
Samuel: - Eu não me lembro de nada, só me acordei em um beco perto daqui. Que horas são?
Peter: São 22:55 da noite, só que hoje é sábado. Você está a mais de um dia sumido!
Samuel deita-se na cama em posição fetal e olhando para a parede pergunta com uma voz tremula e baixa:
- Você viu aquilo?
Peter: - Claro que vi! Mas o que era aquilo? Até agora não consigo acreditar no que vi.
Samuel: - Já faz algum tempo que isso nos persegue.
Peter: - O que aquela coisa quer com você?
Samuel: - Não sei, mas naquela noite eu vi uma sombra, como um espectro atrás de você, não disse nada, pois achei que era alguma coisa de minha cabeça, tome cuidado daqui pra frente.
Peter olha para Samuel com pena, e pensa na possibilidade de voltar atrás em sua decisão de buscar as respostas.
Peter: - Isso esta saindo de controle, talvez eu deva voltar para o hotel, com sorte os homens do governo voltam lá e fazemos nosso acerto.
Samuel: - Eu te avisei. Agora é tarde, eles devem saber que você está comigo, o hotel tinha câmeras. O FBI já deve estar te esperando na porta de casa. Você não tem amigos, nem família. Ninguém vai dar falta de você. Lutar Juntos ou morrer sozinho... É o que Joseph sempre diz, e eu nem sei qual sua sorte agora.
Peter: - Eu não quero viver assim para sempre.
Samuel: - Ninguém quer. Estamos lutando para termos nossas vidas de volta. E você é o que mais tem chance de conseguir isso, mas não sozinho. Eu já tive duas pessoas que perdi nessa luta. Uma delas se matou na minha frente. Eu não estou me sentindo bem, preciso descansar.



AS COISAS ACONTECEM NA ESCURIDÃO DO QUARTO

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