BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

domingo, 30 de novembro de 2008

24/01/2006

A viagem até Roma não trouxe muitos problemas ao grupo. Não é a primeira vez que os três pisam em solo italiano. Anos atrás eles passaram ligeiramente por Roma, seu destino na época era Veneza. E como antes, esta terra deve lhe reservar provações tão semelhantes e escolhas tão difíceis que no passado mudaram suas vidas para sempre. Eles sentem que agora a história prega-lhes a mesma peça de anos atrás... O grupo desce do navio no porto de Roma, o frio faz com que todos se encolham em suas roupas pesadas, Joseh sem saber o que fazer pergunta:
Joseph: – Onde fica o monastério?
Samuel: – Em uma cidade satélite de Roma, Riano.
Liana: – Seria melhor ficarmos em um hotel próximo a esta cidade para planejarmos melhor nossa abordagem a este monastério.
Joseph: – Concordo. Samuel, espero que o seu italiano possa nos salvar agora.
Samuel: – Sinto decepcioná-lo, mas infelizmente, italiano nunca foi o meu forte.
Joseph: – Bom, então vamos tentar nos virar com o inglês mesmo.
Eles embarcam em um táxi e com muita dificuldade pedem que o motorista
leve-os até um hotel próximo a Riano. Infelizmente o motorista não atende ao pedido do grupo, pois o idioma é de fato um grande obstáculo. Eles desembarcam em algum lugar a nordeste de Roma. Perdidos, eles decidem embarcar em outro táxi. Por sorte o motorista fala inglês. Joseph diz ao motorista que precisa de um hotel próximo a Riano.
A noite acomodados no hotel, o grupo vê em meio a negro do céu uma tempestade. Todos estão ansiosos para ir até o monastério e encontrar as respostas para as perguntas que os perturbam há mais de oito anos. Samuel está em seu Notebook sentado na mesa do quarto, estudando a rota até o local. Liana está checando os equipamentos, mas no fundo ela procura apenas esquecer os problemas que vem se acumulado até aqui. Joseph está absorto em seus devaneios sobre o que está acontecendo, uma lembrança? Uma alucinação? Joseph observa um quadro que enfeita desesperadamente uma parede descascada no quarto de hotel que eles habitam. O quadro apresenta uma paisagem mórbida em um caminho no meio de uma floresta sem nome numa noite silenciosa. Num instante, o quadro parecer ganhar vida. As folhas das árvores ganham vida enquanto um vento fictício numa dança sincronizada sopra naquela obra. Na obra, a luz do luar, outrora tímida, agora está mais brilhante do que nunca. Joseph caminha até o quadro sem piscar os olhos, medo e admiração lutam para dominar sua alma em um devaneio insano que se apresenta. De fronte ao quadro, ele o toca com as pontas do dedo e algo acontece.
Em um piscar de olhos, Joseph está em uma floresta. A escuridão desafia seus sentidos tentando esconder a beleza do local. Com a ajuda da lua, ele consegue entrar em comunhão com a escuridão. Som de folhas secas ao longe. Ele não está sozinho.
- Joseph? Joseph?
O som feminino e familiar vem de um vulto que se esconde atrás de uma arvore.
Joseph: - Quem está aí?
- Joseph? Sou eu, sua irmã.
uma mulher com um vestido negro se revela.
Joseph: - É você mesmo? Onde nós estamos?
- Você sabe onde estamos.
Responde a mulher
- O seu sobrinho, está vivo. Essa noite é muito especial. Hoje, você precisa fazer uma escolha muito importante. Uma escolha que mudará tudo na sua vida e de seus amigos.
Joseph: - Que escolha vou ter que fazer?
Joseph indaga sua irmã enquanto a abraça: – Por favor, diga.
- Na hora certa, Joseph. Escolha sabiamente. Agora preciso ir.
A mulher livra-se com cuidado dos braços de Joseph e caminha dando as costas.
Joseph: - Venha comigo!
A mulher responde com um olhar sereno: - Não posso. Tome cuidado.
A mulher some na escuridão. Sons de crianças rindo ecoam de todos os lados. Joseph assustado começa a correr dos sons. Os sons começam a ficar cada vez mais altos, algumas crianças aparecem no caminho de Joseph, com sete ou oito anos, rindo dee forma sinistra. Uma menina esbarra em Joseph que cai no chão com um impacto incomum do corpo da menina. Ele ergue-se do chão e a floresta não existe mais. Ele está no mesmo quarto de hotel. Samuel em seu notebook e Liana sentada a cama pinta um quadro. Joseph suando frio relata a experiência que teve com o quadro para os dois, que não entedem como aquilo poderia ter acontecido em menos de um segundo. Joseph olha seus pés e percebe que há lama nos mesmos. Samuel e Liana ouvem atentamente cada palavra de Joseph e em seguida olham seus pés e não vem nada de lama.
Samuel diz tentando mudar o assunto: – A tempestade cessou.
Liana: – Isso é um bom sinal.
Joseph: – Vamos logo acabar com isso.
Joseph confere seus equipamentos e, com a cabeça baixa, os coloca na mochila. Seus movimentos são rápidos e nervosos, resultado de sua ansiedade. Liana está preparada junto a porta esperando Joseph e Samuel. Eles descem até o carro que Joseph alugou horas antes. Samuel toma a o volante. Ele estudara horas os mapas e as principais rotas para Riano e, consequentemente, o Monastério.
Monastério São Miguel Arcanjo 25/01/2006 - 03:01 AM
São apenas quarenta minutos até Riano. A estrada asfaltada acaba para dar vida a uma estrada estreita de chão batido. Em ambas as laterais, uma grama alta preenche a paisagem a beira da estrada que é apenas iluminada pelo farol do carro. Devido a má iluminação, Samuel descuida-se e passa pelo Monastério, percebendo o erro ele freia bruscamente a alguns metros do objetivo.
Joseph: – Pára, pára...é aqui.
Samuel apaga os faróis. Eles começam a descer do carro e caminhar em direção ao monastério. A fina garoa dificulta a visão do grupo. Os portões principais estão fechados. Liana e Samuel caminham em torno do lugarejo procurando alguma entrada alternativa. Joseph os aguarda, por pouco tempo. Eles finalmente se encontram e quase em uníssono Samuel e Liana relatam que não há outra entrada. Joseph força a porta que logicamente está trancada. Os três se entreolham e percebem que não há alternativa. Joseph bate à porta algumas vezes. Dez minutos houve-se passos e uma iluminação serene embaixo do pesado portão de madeira. Um homem, sem idade aparente, vestido com um manto marrom os atende:
Joseph: – Boa noite, fala a minha língua?
O homem nada responde. Samuel toma a frente.
Samuel: – E Latim senhor?
Monge: – Latim? Claro. Em que posso ajudá-los? Esse monastério não é para turistas.
Samuel: – Por favor, nos ajude, somos estudantes e nosso carro quebrou.
Monge: – Não temos telefone, rapaz.
Samuel: – Não temos como nos comunicar, se puder nos abrigar por essa noite, até acharmos outra maneira de sair daqui.
Monge: – Meu nome é henrique, entrem por favor, irei falar com o meu superior.
O local é escuro e rústico. O ambiente é iluminado por velas. Há uma grande mesa no centro, algumas portas que levam ao interior do monastério e uma grande escada de madeira onde o monge se encaminha. Dez minutos se passam e o monge retorna pela mesma escada.
Monge: – Falei com meu superior. Consegui um aposento para vcs ficarem. Terão que partir assim que amanhecer. Estão com fome? Precisam de alguma coisa?
Samuel pergunta aos outros se precisam de alguma coisa. Liana pede algo para comer e Samuel traduz o pedido dela. O monge faz um aceno com a cabeça e pede que o sigam. Eles caminham em um corredor onde há portas dos dois lados. O monge abre uma delas e pede que eles entrem.
Monge: – Este é o quarto, por favor fiquem a vontade, trarei algo para comerem.
O monge vai embora e os três se acomodam. O quarto é bem simples e bem pequeno para três pessoas, uma cama, um criado-mudo e uma cruz completam o aposento. Alguns minutos se passam e o monge retorna ao aposento com uma bandeja com pão e um copo de água.
Monge: – Por favor, peço que não saiam do aposento, quando amanhecer, estarei esperando por vcs na saída do monastério. Tenham uma boa noite e que Deus os abençoe.
O monge tranca a porta por fora.
- Filhos do mundo, filhos do mundo...
Resmunga o monge enquanto seus passos somem no corredor
Alguns minutos se passam. Joseph decide que é hora de fazer alguma coisa. Ele vai até porta, tentando arrombá-la enquanto Samuel e Liana checam o equipamento. Joseph consegue arrombar a tranca silenciosamente e todos começa a sair do quarto. Tudo é perturbador. O silêncio só os deixa mais tensos, pois um só ruído pode alertar os outros monges no corredor. Samuel sugere que a procura pelo matemático comece pela torre, pois, teoricamente, é lá onde ficam os isolados. Samuel toma a frente. Subindo a escada principal, eles escutam passos. Todos tentam se esconder nas sombras mas, é tarde demais: Um monge os avista. Calmamente, o monge vai ao encontro dos três.
Monge: – O que fazem aqui? Deveriam estar em seus aposentos.
Samuel: – Estamos procurando pelo Padre Henrique. Foi ele que nos atendeu e nos abrigou no monastério.
Monge: – Padre Henrique já se recolheu.
Samuel: – Estamos procurando por um monge chamado Carlos Almeida, o senhor o conhece?
Monge: – Carlos Augusto? Não há nenhum monge com este nome aqui.
Samuel: – Tem certeza senhor? Tenho informações de que há um padre com esse nome no monastério.
Monge: – Sim, tenho. Não há ninguém com esse nome. – Nesse momento Joseph aproxima-se do monge. O monge o encara com desconfiança.
Monge: – Por favor, vou levá-los até seus aposentos.
Com um movimento rápido, Joseph coloca um pano com formol no rosto do monge e o força a respirar. O monge se debate e aos poucos começa a perder as forças até finalmente desmaiar. Joseph esconde o corpo nas sombras. A busca continua...

JOSEPH EM SUA VISÃO

MOSTEIRO SÃO MIGUEL


MONGES DO MOSTEIRO













Nenhum comentário: