BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

24/01/2006 III

O grupo segue Liana que caminha apressadamente na direção do carro. Todos olham para todas as direções procurando os olhos invisíveis na escuridão. Eles finalmente os encontram. Ao longe, na estrada que vai em direção a Roma, luzes cortam a escuridão. Um carro se aproxima em alta velocidade pela estreita estrada. O grupo se aproxima do carro, exceto Samuel. Ele esconde-se na grama alta e saca a pistola. Tudo que aconteceu dentro do monastério o motiva a ficar e lutar.
O carro para em frente ao monastério. Cinco pessoas descem do carro, uma das pessoas é uma mulher. Ela toma a dianteira, os dois homens as seguem. Eles fitam a mata até seus olhos encontrarem o carro onde Liana e Joseph estão. A mulher faz um sinal com a mão e os homens começam a se espalhar pela estrada enquanto caminham em direção do carro. Liana e Joseph saem do carro furtivamente e procuram Samuel. Samuel mira em um dos homens que está mais avançado. Joseph avistando samuel faz um sinal e que o distrai: Joseph pede que Samuel entre no carro, Samuel entende, é preciso fugir... Ele esgueira-se nas sombras e ano carro. Um dos homens percebe a movimentação e mira com uma pistola em direção ao carro. Liana liga o veiculo e acelera em direção a estrada. Os homens ficam confusos e atiram-se no chão! Joseph atira na direção deles enquanto Liana conduz o carro. A mulher que parecia a lider do grupo fala algo em italiano e os homens recuam até seu carro, inicia-se uma perseguição.
Liana entra na estrada enquanto o outro carro manobra em um movimento brusco. Samuel está no banco traseiro e aponta na direção do carro do grupo da italiana. Joseph, no carona, coloca seu corpo para fora, na tentativa de obter uma precisão melhor com sua arma. O carro da italiana faz sinal com os faróis. Liana ignora e Joseph atira! Certeiro atinge o pneu do carro que perde o controle e capota quatro vezes antes de parar no meio da estrada. Liana engata a ré e para alguns metros do acidente. Samuel e Joseph saem do carro com as armas em punho. Eles conseguem ver que todos os ocupantes estão desacordados, talvez até mortos. Samuel e Joseph começam a vasculhar os destroços. Eles percebem aliviados que alguns deles estão respirando. Liana se junta ao grupo na procura de alguma pista quando Samuel chama a atenção deles:
Samuel: – Joseph, Liana.
Samuel com uma mala de viagem na mão a vira de ponta cabeça e despeja todo o seu conteúdo no chão. Hábitos e escapulários com terços cobrem o chão.
Josleph: – Católicos?
Liana: – Então aquele monge sabia o tempo todo quem somos.
Joseph: – Vamos sair daqui o mais rápido possível. A mulher ainda está viva. Vamos levá-la e fazer algumas perguntas.
Ainda desacordada, a mulher é carregada até o carro do grupo por Joseph e Samuel.
Hotel Urbis, Roma (mais tarde)
A mulher acorda. Sua visão parece fraca até que lhe jogam água no rosto. Samuel sentado em um banco inicia um diálogo em Latim para a mulher que esta amarrada a cama:
Samuel: – Qual o seu nome?
Mulher: – Carla.
Samuel: – Você é uma Sentinela?
Carla: – Não exatamente.
Samuel: – O que você é então?
Carla: – Santo Ofício
Samuel: – E o que vocês queriam conosco no monastério?
Carla: – Falar com vocês.
Ela encara os três friamente.
Samuel: – Fale.
Carla: – Meus superiores querem falar com vocês.
Samuel: – O que eles querem?
Carla: – Não sei.
Samuel: – O que você é na Inquisição?
Carla: – Sou responsável pelo distrito de Roma.
Samuel: – Quem são seus superiores?
Carla: – Me reporto ao Arcebispo Alfredo.
Samuel: – Desde quando vocês sabem que nós estamos em Roma?
Carla: – Desde que vocês entraram no monastério.
Samuel: – O monge sabe quem somos?
Carla: – Desde o primeiro momento.
Samuel relata em ingles ao grupo tudo que conversou com Carla. Joseph insiste de que há mais coisas que a mulher não falou. Samuel apenas escuta Joseph enquanto Liana faz uma analise da situação.
Liana: - Faz sentido tudo que essa mulher disse. Eles atiraram em nós porque nós atiramos neles, e o sinal de luz? Acho que por enquanto eles não são uma ameaça. Devemos conversar com esse Alfredo.
Samuel: – Concordo com Liana.
Joseph: – E se isso for mais uma armadilha para nos pegar? Não podemos simplesmente conversar com ele.
Samuel: – Como podemos conversar com o Arcebispo? (pergunta a Carla em latim)
Carla: – Ele está na Basílica de Roma.
Samuel: – Fora de cogitação, há muitos anos os católicos estão atrás de nós. Muitos de vocês já caíram perante nossas ações.
Carla: – Eu sei.
Samuel: – Como vamos confiar em vcs se o que mais querem é nos capturar?
Carla: – Minha missão era apenas passar essa mensagem.
Samuel: – Tem algum telefone para que possamos entrar em contato com o Bispo.
Carla: – Tenho (Diz, relutante em faze-lo.)
Samuel: – Fale.
Carla: 87653909
Samuel digita os números no telefone do hotel.
Carla: – O que eu digo?
Samuel: – Relate a situação. Desde a saída do monastério até o presente.
Carla: – Pois não... (Carla diz enquanto Samuel leva o telefone até a orelha de Carla devido a mesma estar amarrada) Chame o Bispo Alfredo, diga a ele que é um assunto urgente... Acorde ele... É uma ordem.
Ela relata resumidamente o que ocorreu com ela e os outros homens que estavam com ela. Interrompendo o relatório verbal da mulher, Samuel retira o telefone de Carla.
Samuel fala em latim: – Reverendo, Carla relatou tudo o que ocorrera. Sua mensagem foi entregue.
Alfredo: – Com quem estou falando? (Pergunta o bispo com uma voz rouca e uma fala suave.)
Samuel:– Samuel Mendonça. O que mudou depois de tantos anos de perseguição?
Alfredo: – Samuel, precisamos conversar pessoalmente. Como está Carla?
Samuel: – Em condições aceitáveis para os nossos padrões.
Alfredo: - Entendo.
Samuel: – Reverendo, devido ao histórico de perseguições por parte da Igreja Católica, espero que o senhor compreenda nosso receio em conversar com Vsa. Santidade. Podemos conversar sim, mas antes precisamos estabelecer algumas regras para a nossa segurança. Não há nenhuma motivação, tanto e principalmente da nossa parte quanto da sua, em travar um diálogo civilizado quando na verdade um está tentando cortar a garganta do outro, não concorda? (Diz Samuel em um tom sarcástico)
Alfredo: – Concordo. Estabeleça os termos.
Samuel: – Claro, primeiro preciso de um canal direto de comunicação com o senhor.
Alfredo: – Certo, pode usar esse telefone.
Samuel: – Ok. Espere um contato com os termos de nossa conversa. Carla é muito importante para o senhor?
Alfredo: – Sim...ela é muito importante.
Samuel: – Certo. Certamente o senhor sabe que qualquer tentativa de resgatar Carla inviabiliza automaticamente nossa conversa. Se ela é importante para o senhor... Ela não vai importar mais...
Alfredo: – Entendo... Fico aguardando novas instruções... Em nome da Igreja Católica, dou minha palavra de que nenhuma ação será efetuada contra vocês até nossa conversa.
Samuel: – De acordo. Aguarde novas instruções. (Samuel desliga o telefone.)
Samuel relata sua conversa com o Arcebispo Alfredo enquanto pesquisa na internet sobre o reverendo. Joseph e Liana escutam atentamente cada palavra de Samuel. Eles começam a discutir os termos para conversar com o Arcebispo. Samuel descobre que Alfredo é responsável pela Congregação Para a Doutrina da Fé no Vaticano e Arcebispo de Roma, responsável pela fé católica na cidade.
Mais tarde Samuel liga para Alfredo, os termos são passados por telefone ao Arcebispo. Joseph, Liana e Samuel sabem que essa conversa não será fácil. Mas todos sabem o quanto ela é necessária...



A confusão na escuridão!
Hotel Urbis

Carla








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