CARTA A SAMUEL
Ao meu amigo Samuel
Meu irmão, as saudades que sinto não podem ser descritas nessa carta, as coisas não devem ter sido fáceis para você mas sei que você não sucumbirá fácil as ameaças que o entornam.
Não adianta me responder esta, aliás, não quero que responda. As coisas que eu gostaria de dizer-lhe são impossíveis de falar, são possíveis somente de sentir, mas como nem todos os sentimentos são bons o melhor é apenas esperar.
Como é estar em uma clinica para loucos Samuel? Um dia eu vou para lá. Lembra quando perdemos o contato um com o outro? Liana e eu acordamos em um lugar talvez seja o purgatório
passamos os anos seguinte lhe procurando, assim como os demais mas sem sucesso.
Por falar em purgatório lembrei-me de um poema que escrevi na ausência de você, pode me ajudar na tua busca, tenho certeza que lhe fará sentido:
- Aquele anjo bom veio buscar minha mãe e ela já não tinha nenhum sorriso nos lábios era só um rosto de cera
Descobri que todos os mortos são iguais, morta como todos os mortos minha mãe.
Grande não reagiu à estrutura imposta pelo silêncio só por isto acreditei no silêncio
Igreja é usada na medida em que a morte dói mas só nos pede silêncio
Gostaria de rir beber e fumar maconha na esquina assim mais ou menos como eu
fazia aos quinze anos
mas o anjo bom que veio buscar minha mãe
Hoje teve paciência para me avisar que eu já não tinha mais quinze anos e o barco se toca conforme o rumo dos ventos
Como só que vivi sem aprender o rumo dos ventos
Como pode?
Como pude viver?
Eu preciso falar com você pessoalmente, espero você na terceira rua com a quinta no bronx, numero 351. Dia 24 de agosto de 2011 as 7 da noite.
Como pode?
Como pude viver?
Eu preciso falar com você pessoalmente, espero você na terceira rua com a quinta no bronx, numero 351. Dia 24 de agosto de 2011 as 7 da noite.
Sem Mais, aquele que você conhece como
Joseph.
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