BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

DIA 20 DE MAIO DE 2006

DIA 20 DE MAIO DE 2006

Passaram cinco dias desde o incidente em Ouradur... Nosso maior problema? Samuel.

A impressão é que ele atingira os próprios limites. Estava completamente em choque e parecia que não voltaria mais. A vida é preciosa, mas me perguntava se talvez fosse melhor ele ter morrido ao invés desse estado vegetativo. Fiz o melhor para ele não pirar e agora redobrava os esforços para fazê-lo voltar para nós. Irônico não? Antes queria mais que ele fosse para o inferno. Cheguei à conclusão que fomos juntos ao inferno e não desejava isso para mais ninguém. Ele se tornou o mais próximo de um irmão mais velho e não queria perdê-lo. Fico aliviada em dizer que apesar de não estar cem por cento, Não o perdemos de vez. Na base de atenção, cuidados constantes e um medicamento pesado, ele estava conosco pelo menos em parte.

Mas citando um ditado popular, Uma desgraça nunca vem só. Uma ligação de Manuel, o dono do barco que nos trouxe foi o bastante para acabar com a pouca paz que tínhamos. O container onde estava o espelho CÈU tinha sido roubado inexplicavelmente na noite anterior. Samuel quase entra em colapso mental e batia coma cabeça na parede. Demoramos um bom tempo para acalmá-lo e cuidar da nova ferida na cabeça. Não sou uma médica, mal sou uma enfermeira, porém Peter e eu nos perguntávamos se deveríamos levar Samuel ao próximo espelho ou deixá-lo em algum lugar seguro. Ele não agüentaria Chernobyl... Não agüentaria outra provação.

È engraçado como o destino às vezes conspira contra ou a favor, mas sempre tudo se encaixando como deveria ser. Peter e Victor tinham saído e fiquei para cuidar de nosso “paciente”, Quando o telefone de Samuel toca. Como ele parecia não estar interessado em atender, peguei o telefone. Uma voz masculina, falando pausadamente perguntava por Samuel. Quando perguntei quem era, apresentou-se como Christopher ou algo assim e indaguei se Samuel conhecia este nome.

Nunca o tinha visto tão feliz por falar com alguém. Parecia ser um grande amigo dos três rapazes e quando dei por mim estava sorrindo. Só este momento devolveu mais a vida de Samuel que qualquer remédio que tomasse. Os outros chegaram algum tempo depois e ainda se falavam pelo telefone. Expliquei a situação e os rapazes também ficaram ansiosos por saber mais. No final, o tal amigo viria até nós o mais rápido possível. Explicaram-me em seguida de quem se tratava. Era Joseph, o antigo companheiro deles que havia se perdido do grupo junto com Liana... Sim, aquela Liana! E estavam se dirigindo para a França.

Pairava uma grande ansiedade no ar pela vinda dos antigos membros da comitiva na qual me encontro agora e muita coisa para contar e ouvir. De minha parte, estou ansiosa para confrontar a tal Liana e mais do que isso, partilhar experiências. Não queria vê-la como inimiga, mas se isso fosse inevitável, chegar a um denominador comum. Certas coisas uma mulher só falaria com outra e neste caso então ninguém melhor do que outra mulher que esta passando pela mesma situação que você.

Nenhum comentário: