BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

13/01/2006

A BUSCA POR JASON KING – 10:31 am

Dez horas da manhã, Joseph pega mil dólares e deixa um bilhete no refúgio dizendo que voltará próximo ao meio dia. Encolhido, Joseph anda com as mãos no bolso do seu pesado casaco nessa manhã de quarta feira em direção ao beco em que Victor estava na noite passada. 30 minutos depois Joseph chega ao lugar e encontra Victor sentado no chão olhando para o vazio, tremendo muito e entornando uma garrafa de uísque.
Joseph: - Victor.
Victor: - Que?
Joseph: - Você está bem?
Victor: - Não. E a moça? Como ela está? Ela está bem?
Joseph: - Sim ela está bem. O que te aconteceu?
Victor: - Aquele homem dos infernos veio aqui e disse pra mim não ir atrás dela!
Joseph: - Quem??
Victor: - Um mendigo! Só que ele era cego! Não é a primeira vez que ele vem atrás de mim.
Joseph: - Quando isso aconteceu?
Victor: - No meio da madrugada.
Joseph : - Larga tuas coisas aí e vem comigo.
Victor pega a foto de Liana e segue Joseph.
Onze e meia da manhã, Peter, Liana e Samuel fazem o desjejum. Samuel com uma xícara de café na mão vê Joseph entrando com um jornal na mão. Ele abre o jornal e começa a ler em voz alta: “Homem que se passava pelo engenheiro Jason King é morto em assalto. O homem ainda não identificado que estava usando a identidade de Jason foi morto nesta madrugada em um suposto assalto. O homem, que tinha por volta de 45 anos era procurado por falsidade ideológica e charlatanismo morreu perto de sua atual residência na rua 43rd rua no Kings.”
Liana: - Mas que merda! Eu não acredito nisso!
Joseph: - Eu sinceramente não acredito nisso. Isso tudo pode ser mentira.
Peter: - Tem o endereço aí. Vamos investigar a casa dele pessoalmente.
Joseph: - E tem mais, aquele mendigo desgraçado que nos perseguiu por anos foi de encontro a Victor e disse para ele se afastar de Liana. Acho que isso é um sinal de que ele está do nosso lado. Eu peguei mil dólares, comprei roupas pra ele e o hospedei num hotel.
Samuel: - Fez bem.
O grupo preocupado com a novidade de Jason estar morto começa a agir... Ocultando as pistolas nas pesadas roupas de inverno preparam-se para ir ao lugar pessoalmente.
São uma da tarde quando depois de algumas perguntas chegam ao lugar onde Jason morava. Um pequeno prédio em uma zona agradável do Brooklin. Os quatro sobem ao sexto andar do prédio, não é difícil encontrar o apartamento de Jason. A porta do apartamento 63 está coberta de faixas amarelas de “não ultrapasse” da polícia. Joseph aproxima-se da porta e usando seu lockpick abre facilmente a porta do apartamento. Ao abrir a porta sentem o mesmo cheiro característico de incenso do outro apartamento que visitaram anteriormente. O apartamento é mobiliado com moveis baratos e um piso velho de parqué e a primeira coisa que vêem é uma grande estante com muitos livros, principalmente de astrologia. Depois que todos entram no apartamento, Joseph fecha a porta pelo lado de dentro e o grupo se divide procurando por evidências. Samuel encontra dentro de uma gaveta na sala um caderno de rascunhos, mas ao folhar lê as seguintes frases soltas em uma página: “Seria coincidência mesmo? Joseph, Liana, Samuel e Peter juntos?”
Samuel: - Hei! Vejam isso.
Quando Joseph vai em direção à Samuel ele pisa em um parque solto, ao se abaixar para averiguar melhor vê a mesma imagem qual havia sonhado anteriormente em sua mente: Mãos guardando alguma coisa. Joseph se apressa e ao tirar a madeira do chão encontra um fundo falso, nele um pedaço de papel. Joseph pega o papel e enquanto todos estão rodeando Samuel para olhar o caderno que encontrou Joseph lê escrito a mão no pedaço de papel: “Brook - Ellen, na nona vez ela vai para o oeste no ano de 1845.”. Joseph sabe que aqui foi escrito para que ele encontrasse.
Depois de ler e reler o papel e sem entender direito o que significa aquilo ele diz ao resto:
- Olhem o que eu encontrei.
Joseph estende a mão com o pedaço de papel e diz: - Parece um código ou algo assim.
Peter: - Acho que já estamos a tempo demais aqui, não vamos encontrar mais nada. Vamos dar o fora daqui.
O grupo concorda e lavam o caderno e o pedaço de papel junto de volta para a garagem.
São quatro da tarde e depois de averiguarem o caderno de Jason descobrem que ele estava juntando as peças do mesmo grande quebra cabeças do grupo, o nome de Gaspar e de Isaac aparece no caderno, assim como o nome dos Sentinelas e Phillip Reeve, porém nada que realmente possa ajudar no momento, apenas o bilhete com aquela estranha frase cujo todos estão a mais de uma hora tentando entender.
Pouco mais de seis da tarde, todos estão exaustos e famintos e todos ainda estão debruçados sobre o pedaço de papel quando Samuel diz:
- É obvio! Como pudemos ser tão cegos! Brook Ellen, Brooklin; na nona vez ela vai para o oeste; na nona a oeste; no ano de 1845, no numero 1845!
Samuel levanta-se e procura em uma lista telefônica o mapa, assim que encontra, ele confirma: - Bingo! Ta aqui! Só pode ser nesse lugar!
O grupo prepara alguma coisa para comer as pressas e se preparam para ir para o endereço. São oito da noite todos entram no carro, e antes que Samuel de a partida Joseph diz: - Estou com maus pressentimentos... Acho que se Victor quer realmente ajudar, esse é o momento.
Liana: - Está falando serio?
Joseph: - Sim. O que temos a perder se ele for junto. Samuel, vá para o hotel em que hospedei Victor e vamos levá-lo conosco.
Todos ficam em silencio,Samuel dirige até o hotel e Joseph busca Victor. Ao verem Victor se aproximando notam que ele está com roupas e não cheira tão mal quanto antes. Ele entra no carro mudo, a única coisa que faz é olhar Liana...
O carro se aproxima da nona no Brooklin numero 1845. O lugar é perto do metro, é um velho deposito em uma zona de prédios antigos e abandonados. O deposito é cercado por um muro, há um portão de grade onde se vê o pátio do brita e uma alta grama que se esforça para crescer ali.
Joseph: - Podemos estacionar o carro no pátio do deposito.
Samuel para o carro, Joseph desce e abre o portão que se encontra destrancado. Samuel para o carro dentro do pátio, o silêncio mórbido faz correr um frio pela espinha de todos ali e quando Samuel vai desligar o carro o rádio do carro liga no volume máximo: “SHHHHHHHHSSSHHHHHHHH! Poof, poff, poof, poof, poof. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH!” O som de estática no radio é substiuido pelo som de soldados marchando e novamente o som é interrompido mas desta vez por um grito feminino estridente e desesperado que sai de dentro do depósito! Joseph reconhece aquela voz! É de sua irmã! Ele sem pensar corre em direção à porta do depósito. Liana, Peter e Samuel sacam suas pistolas e correm atrás de Joseph.
Joseph vê pela luz que entra pelas janelas do prédio o chão coberto por uma espessa camada de poeira, as paredes mal acabadas de tijolo cru e nenhuma luz elétrica no lugar. Ele sobe as escadas correndo tentando seguir o som que escutara, e em meio à escuridão vê o brilho de alguma coisa dentro de uma sala. Joseph cainha lentamente e cauteloso em direção a porta, atrás dele Samuel, Peter, Liana e Victor o seguem. Ao entrar na sala, Joseph constata a fonte de luz, é uma velha televisão apoiada sobre uma mesa de escritório que está ligada captando apenas o sinal de estática. A tensão aumenta o som é o mesmo que estava saído do radio do carro. Repentinamente a imagem do aparelho de televisão começa a captar um discurso de Hitler em preto e branco, é o mesmo discurso que Liana, Peter e Joseph viram há meses atrás no hotel em NY. Subitamente a imagem muda e mostra um rosto horripilante e estranho emitindo sons estranhos e parece estar descontente por ser filmada, o ser fica impaciente e transmite uma respiração ofegante e agressiva até que parece atacar o cinegrafista! A imagem sofre um novo corte e um homem pequeno e excessivamente magro surge na tela sentado sobre uma cadeira de rodas que parece estar dentro do deposito. A imagem sofre um novo corte e a televisão volta a captar apenas sinal de estática. Joseph pega a televisão com as duas mãos e a atira na parede! Blam! A televisão se espatifa no chão e todos seguem Joseph que sai da sala. E continua andando pelos corredores do deposito enquanto todos imploram para saírem logo do lugar! De repente Joseph escuta um ruído que vem de uma sala e Peter diz:
- Vamos sair daqui.
Joseph: - Você não escutou aquela voz? Era da minha irmã!
Peter: - Você não percebe que isso só pode ser uma armadilha?
Joseph: - Eu vou mesmo assim!
Peter: - Então vai sozinho!
Joseph olha no fundo dos olhos de Peter dá as costas e segue seu caminho. Liana, Samuel e Victor continuam seguindo Joseph e Peter corre para fora do lugar. Andando mais alguns metros uma grande janela ilumina um hall onde o ser do vídeo está sentado em uma cadeira de rodas e parece desacordado. Todos ficam paralisados por ver aquela criatura nauseante pessoalmente. O grupo fica apenas observando a criatura que mantém a cabeça inclinada para trás. Joseph dá o primeiro passo em direção à criatura quando ela começa a emitir um som completamente antinatural, estridente e assustador. Como num passe de mágica o ser ergue-se da cadeira de rodas e com um olhar firme caminha em direção ao grupo. Lagrimas de medo e raiva brotam do rosto de Samuel que luta com todas as suas forças para manter-se calmo, Joseph saca suas duas pistolas, uma em cada mão, enquanto Samuel também saca sua pistola e aponta para o ser.
Joseph Grita: - Para! Eu to avisando! É melhor parar!
Não obtendo nenhum resultado do aviso a criatura continua andando e Joseph abre fogo puxando o gatilho freneticamente das duas pistolas. Ele dispara mais de seis tiros, Samuel também atira! Blam! Blam! Blam! Em poucos segundos a criatura está no chão, ela fora atingida na cabeça e no torso. Uma poça de sangue envolve a criatura desacordada no chão. O grupo anda perplexo em volta do corpo e Liana diz:
- O que é isso?
Joseph: - Eu não sei.
Joseph rasga um pedaço de tecido e o encharca no sangue. Erguendo-se vê ao fundo da sala uma serie de arquivos de aço. Como se já soubesse o que está procurando Joseph abre a primeira gaveta e encontra uma pasta repleta de papeis. Peter surge na porta e diz:
- O que aconteceu? Eu ouvi tiros!
Peter anda em direção ao corpo do ser sem vida mas é difícil manter os olhos nele. Victor ajoelhado no chão está prestes a vomitar e todos escutam passos pesados vindo do andar de baixo.
Joseph: - Merda, tem mais gente aqui!
Dando uma espiada na porta Joseph enxerga os seres que os atormentaram e os abduziram durante os meses anteriores. Assim que sua mente assimila com o que estão lidando ele grita:
- Fujam! Fujam daqui! São eles de novo! Pulem pela janela! Rápido!
Victor escutando isso retoma suas forças e puxa Liana para perto da janela. Ele a ajuda a saltar e depois faz o mesmo. Peter e Samuel também pulam. Ficando apenas Joseph para trás. Joseph anda de costas apontando para a porta esperando os seres aparecerem. Não demora até que surjam dois deles, Samuel fica parado apontado a arma, as criaturas passam por ele ignorando-o e vão até a janela. Olhando para o lado de fora elas caminham em direção a Joseph que mantêm os braços firmes apontado a pistola para os seres. Quando um deles para em sua frente e o pega pelas roupas, Joseph se debate ao máxmo, mas nada parece adiantar. Temendo por sua vida Joseph encosta as duas pistolas no tórax do ser e atira repetidas vezes, Blam! Blam! Blam! A criatura mal se mexe, mas no quarto disparo ela o solta. Joseph corre para a janela e salta...
A queda de três metros e meio parece não ter ferido ninguém. O grupo ajuda Joseph a levantar-se do chão no pátio do deposito e todos correm para o carro. Samuel acelera e a ultima coisa que vêem é a silhueta das criaturas na janela da fabrica os olhando.





A CASA DE JASON KING




O DEPÓSITO ABANDONADO




O SINAL DE ESTÁTICA DA TV



SEQUENCIA DO TELEVISOR #1

O ATAQUE AO CINEGRAFISTA (SEQUENCIA DO TELEVISOR #2)

O DISCURSO DE HITLER (SEQUENCIA DO TELEVISOR #3)

A PRIMEIRA VISÃO DO SER PESSOALMENTE


A CRIATURA EMITE O SOM E LEVANTA-SE DA CADEIRA!

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