BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

22/11/2005

HOTEL - TERÇA- 12:12pm

Alguns minutos depois de acordarem de uma longa noite de sono Samuel e Peter estão ao quarto quando ele pergunta:
- Quanto ainda temos de dinheiro?
Peter: - Pouco mais de quatro mil.
-Samuel: - Temos que sair daqui, não podemos ficar muito tempo em um mesmo lugar agora.
Peter: - De acordo.
Samuel vai até a mesa e liga seu computador há Internet enquanto traga um cigarro... Alguns segundo depois e uma mensagem se abre na tela: E-MAIL RECEBIDO! Samuel acomoda-se na cadeira para ler uma provável mensagem em massa ou propaganda de algum eletrônico barato, mas ao abrir a mensagem se surpreende com seu conteúdo:
- Samuel, sou eu Liana, Joseph está aqui ao meu lado enquanto escrevo este e-mail. Estamos fugindo a dias espero que esteja bem a única maneira que encontramos de entrar em contato contigo foi por e-mail. Aguardo teu retorno.
Samuel olha boquiaberto à tela do seu computador e ele se contem para não beijá-la!
- Graças a Deus! Peter olhe isso!
Samuel mostra a Peter o e-mail recebido, eufórico ele diz:
- Vamos marcar um encontro!
Peter: - Esses são seus amigos que sumiram?
Samuel: - Sim!
Samuel se volta para o computador e responde o e-mail :
- Como faço para encontrá-los? Aguardo retorno. Ass. S.
Samuel e Peter preferem ficar em casa e esperar o retorno de Joseph e Liana.

4:32pm

Samuel e Peter ficam no quarto de hotel durante todo o dia, Peter tenta aliviar a ansiedade assistindo televisão ou lendo o jornal, Samuel pesquisa sobre o nome que Gabriela lhe disse, e descobre que Carl Hudson é um figurão que está sempre envolvido em grandes negócios. São 4:32 da tarde quando o computador de Samuel avisa com uma mensagem sonora o recebimento de outro e-mail. Samuel senta da cama e olha a seguinte mensagem na tela do computador: “Estamos no hotel Greig´s, te esperamos às sete da noite no quarto 24”.
Samuel: - Peter. Liana marcou encontro no hotel Greig´s, as sete.
Peter começa a arrumar as malas enquanto Samuel procura o endereço do tal hotel. O hotel fica na saída norte da cidade.

7:11pm

Samuel e Peter chegam ao hotel. Um conjunto de quartos espalhados por uma área com estacionamento. Ao chegarem em frente à porta do hotel, Samuel bate suavemente à porta, Toc, toc, toc... A porta se abre, o rosto de Joseph é como uma bênção, Samuel o abraça enquanto Joseph tenta entender quem é aquele homem que está com ele. Dentro do quarto Samuel caminha até Liana que está sentada na cadeira de rodas e a abraça enquanto pergunta:
- Como vocês estão?
Liana responde enquanto olha desconfiada para Peter que está parado na porta:
- Estamos bem... E você?
Samuel: - Ah, não se preocupem com ele, seu nome é Peter. Entre logo Peter.
Peter entra no quarto do hotel enquanto Joseph fecha a porta do quarto olhando para Peter da cabeça aos pés.
Samuel: - Esse é Peter, filho de Gaspar.
Joseph: - Filho de Gaspar???
Samuel: - É uma história longa, mas ele é de confiança, ele acabou de entrar na mesma situação que nós entramos há anos atrás.
Joseph: - Com está seu pai?
Peter: - Acho que ninguém sabe. Chegamos a encontrá-lo. É uma longa historia. Eu vim a Boston para reconhecer seu corpo pois disseram que ele estava morto, agentes do governo me interrogaram e fizeram ameaças. Disseram que meu pai estava em um projeto do governo... Enfim, agora ele deve estar escondido.
Enquanto todos se acomodam sentando na cama ou nas cadeiras, Peter explica toda sua história sua e de seu pai para Joseph e Liana, depois travam o seguinte dialogo:
Joseph: - Vocês não foram seguidos?
Samuel: - Acho que não. Mas já me enganei mais de uma vez.
Joseph pergunta olhando para Samuel: -Você falou com Gaspar?
Samuel: - Sim.
Liana: - E o que ele disse?
Samuel: - Embora tenhamos falado pouco, ele me falou muitas coisas. Ele está a muito tempo envolvido com isso. Ele sabe da seção 1368 do FBI, ele me falou de um grupo do governo, MJ12, já ouviu falar?
Joseph: - Não.
Liana: - Não.
Samuel: - É um órgão do governo, haviam lendas de sua existência mas nada concreto. Ele também falou sobre a Tríade.
Joseph: - E o que ele disse?
Samuel: - Ele disse que ela nunca existiu.
Joseph: - Mas como? Nós vimos documentos.
Samuel: - Ele flou que isso é normal, informações falsas... Só para confundir mesmo. Também perguntei como poderíamos revidar, como poderíamos atacar algum grupo para derrubar tudo isso. Mas ele disse que é impossível, que há grupos e pessoas por toda parte envolvidos nisso. Também falei com ele a respeito daquelas coisas que nós vemos e para alguns lugares que vamos... Fiquei feliz por ele saber do que eu estava falando, ele tem uma teoria própria sobre isso, planos paralelos ou algo assim. Mas ficou surpreso por nós irmos pessoalmente a esses lugares.
Liana: - E aqueles seres, da cabana.
Samuel: - Pelo que disse são reais...
Liana: - Isso não me surpreende, mas o que eu quero saber é de onde eles vieram.
Samuel: - Ele sabe tanto quanto nós sobre isso.
Joseph: - O mais importante, você acreditou nele?
Samuel: - Sim, ele está em uma situação semelhante a nossa, talvez até pior. Eu perguntei a ele a respeito de Dyana, ele disse que está seguindo seus passos há alguns anos mas é uma mulher difícil de encontrar. A única coisa que ele sabe sobre ela é que é uma ocultista famosa.
Inclusive em meio a esta conversa em um prédio aqui de Boston fomos abordados por um agente da CIA, ele atirou contra nós mas conseguimos escapar.
Joseph: - E aquela mensagem do celular? Foi uma emboscada também?
Samuel: - Sim, ela me levou até Gabriela, mas ela me tirou da emboscada.
Liana: - Gabriela??
Samuel: - Sim, nós todos pensávamos que ela estava morta, mas não... Ela está viva. Está trabalhando para CIA.
Joseph: - Como assim? Ela está do lado deles então?
Samuel: - Não, eu e Peter chegamos a ser presos, e foi ela quem nos salvou, tenho a impressão de que ela estava infiltrada na CIA ou algo assim, ela se sacrificou por nós.
Joseph: - Está história esta confusa demais. Onde Peter entra nisso tudo.
Samuel: - Aquele primeiro encontro depois da mensagem do celular quando ainda estávamos juntos, me levou ao encontro de Gabriela. Quando cheguei lá ela bolou uma maneira de me fazer fugir como se o plano da emboscada tivesse dado errado e ela me deu o endereço dele, de Peter. Depois que cheguei até ele é que descobri que era filho de Gaspar.
Peter: - Na verdade conhecia muito pouco meu pai, depois de muitos anos é que ele se identificou como sendo meu pai...
Liana: - Nossas identidades não estão valendo mais. Você chegou a ver isso.
Samuel: - Sim, eu sei, Gabriela me falou que pegaram o cara que fez nossas identidades. É muito complicado... Gabriela me contou que pegaram nosso filho...
Joseph: - Como assim?
Samuel: - Ela disse que nem chegou a ver nosso filho nascer, pegaram ela quando estava no fim da gestação e tiraram a força.
Liana: - Que horrível...
Joseph: - Mas quem pegou a criança?
Samuel: - Eu não sei, não deu tempo de perguntar, e na verdade não sei se ela também sabe. Mas antes de ela ir embora ela nos deu um nome, como um ponto de referencia para recomeçar nossas investigações.
Joseph: - Quem?
Samuel: - Carl Hudson.
Liana: - Quem é esse?
Samuel: - Eu não sei direito, pelo pouco que li é um figurão da sociedade, ele ajuda grandes multinacionais a fecharem negócios em outros continentes. Acho que é uma espécie de intermediador, não sei. Sei que ele é de Seattle. Estava pensando em ir pra lá, já tenho endereço dele, seu telefone...
Peter: - Seattle é na outra costa do País. Vai ser difícil atravessar o país sem identidade e com o pouco de dinheiro que ainda temos.
Joseph: - Conheço um cara que lida com as coisas do submundo, talvez ele nos consiga fazer novas identidades.
Peter: - Detesto interromper o assunto, mas estou preocupado com nossa situação. Essa troca de e-mails que tivemos... Já ouvi lendas de que o governo Americano monitora todos os e-mails, e a essa altura eu não creio que possamos duvidar de lenda alguma.
Joseph: - Claro, você está certo, vou ligar agora pro Calrton, o cara que eu havia falado, das identidades.
Joseph veste sua pesada jaqueta, conta algumas moedas e sai do hotel para fazer a ligação. Enquanto isso Samuel, Liana e Peter ficam esperando ansiosos pelo seu retorno.
Alguns minutos depois, Joseph volta ao quarto, com a cabeça baixa e olhar desanimado. Liana pergunta:
- E então? Conseguiu?
Joseph: - Não, ele falou que o cerco está apertado. Ele disse que pode até conseguir as identidades mas não vão valer nada se forem consultadas.
Liana: - Samuel, você está com seu notebook?
Samuel: - Sim, por quê?
Liana: - Naquele mesmo dia em que te mandei o primeiro e-mail, estávamos em uma lan house, e no mensageiro instantâneo abriu uma tela, alguém conversou comigo, falou coisas estranhas... Com o nome do usuário você não consegue descobrir quem é?
Samuel: - Posso tentar.
Samuel tira o computador da mochila e o liga na linha telefônica do quarto. Enquanto pergunta:
- Qual era o nome? E o que falou?
Liana: - Bom, falou que me conhecia desde que nasci, perguntou se eu estava cansada de estar na cadeira, disse também que o universo estava pra me dar uma surpresa em minha vida. O que me chamou a atenção é que sempre falava como se houvesse mais de uma pessoa do outro lado da tela... Nós isso, nós aquilo.
Samuel: - Muito estranho mesmo, e o nome?
Liana pega sua mochila, pega um pequeno papel e diz:
- quatro, seis, quatro, d, zero e n.
Samuel: - Isso é linguagem hacker, 4 são A, 6 é B, 0 é o. É Abadon.
Liana: - Abadon? Isso não é...
Samuel: - É o nome de um dos demônios que estavam naquela lista em Boxford.
Liana: - Droga... Isso não melhora nada as coisas.
Samuel fala enquanto digita:
- Não há nenhum usuário registrado com esse nome.
Nesse momento as lâmpadas que iluminam o quarto começam a piscar por alguns segundos, o desespero toma conta de Samuel que levanta da cadeira e pega sua pistola. “-Não, de novo não!”. Peter diz:
“- Vamos sair daqui enquanto é tempo!”
Enquanto Peter caminha em direção a porta Samuel salta a sua frente e grita:
- Não! Não abra essa porta!
Peter corre para a janela pensando em uma possível fuga, mas é alto demais para saltar. Samuel confuso e tenso com as lembranças ruins diz:
- Eles me pagaram da outra vez, mas não vão pegar agora!
Uma lagrima de nervosismo corre pelo rosto de Samuel.
A simples imagem daquelas criaturas em no imaginário de Liana já é o suficiente para perturbá-la, e ela pergunta: - Porque você não disse isso antes? O que aconteceu? Como foi que isso aconteceu?
Samuel: - Eu não queria nem lembrar disso, mas eles me pegaram, o Peter viu. Eu não me lembro de nada, só acordei um dia depois nu em um beco.
Liana: - Mas como aconteceu?
Samuel: - Ele entrou no quarto, e me arrastou pra o lado de fora até eu desmaiar.
Peter: - Eu nunca havia vista aquilo em toda minha vida, aquele ser é horrível!
Joseph: -Nós sabemos como eles são Peter, mas eles não estão aqui agora, e se vierem nós teremos de enfrentá-los.
A luz do quarto volta a piscar até que apaga por completo, todos são iluminados apenas pela luz que emana da tela do notebook de Samuel, Samuel começa a respirar ofegante enquanto Liana, Joseph e Peter ficam apreensivos. Peter caminha até a janela, todas as janelas da redondeza estão com luz. A luz volta a acender! Todos suspiram de alivio, e Joseph diz:
- Talvez seja melhor sairmos daqui mesmo. Eu conheço um cara aqui em Boston que pode vender um carro pra mim, só preciso da grana. Peter lhe entrega o pouco dinheiro que ainda tem.



HOTEL ONDE LIANA E JOSEPH ESTAVAM HOSPEDADOS

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