BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DIA 15 DE SETEMBRO DE 2006; NOVO MUNDO, 101º DIA

DIA 15 DE SETEMBRO DE 2006; NOVO MUNDO, 101º DIA

Samuel, Peter e Craig começariam a dura vida de um militar em um mundo destruído. Seus cabelos seriam raspados, em seguida banhos de água fria e logo eles seriam transformados em soldados... Pelo menos era o que eles queriam. Samuel estava muito concentrado em não permitir que o transformassem, focando seus pensamentos em resistir e perseverar. Victor mal percebeu as primeiras provações, afinal para alguém que foi mendigo, sobreviver e resistir eram naturais em sua pessoa. Seria o primeiro dia de muitos como aqueles e muita coisa aconteceria com eles... Mas por enquanto, vamos deixar Laura contar à parte que lhe cabe, pois aposto que será uma historiam deveras interessante e relevante aos acontecimentos.

ALA FEMININA; LAURA E GABRIELA

Lembro que acordei no dia seguinte como se não tivesse dormido nada. Aquela sensação de fechar os olhos e ao abri-los já é de manha. Lembrei de onde estava e meu sangue ferveu novamente. Sempre prezei a liberdade de ir e vir e essa situação me lembravam muito meus anos em um sanatório, quando perdi o melhor de minha juventude. Meu humor estava péssimo, aquele conformismo nestas mulheres era uma facada no estomago e tinha ainda a presença de Gabriela ali... Porque isso me incomodava tanto? Eu precisava ficar feliz pelo Samuel, afinal ele poderia encontrar a mulher dele ali... Mas eu me sentia enganada pelo destino. Afinal, ele pode ter feito um filho em mim... Talvez não consciente, mas fez... Sabe o que realmente me irritava? Perceber que o que eu sentia eram realmente ciúmes. Eu estava gostando de Samuel mais profundamente do que eu esperava.

Um soldado veio nos trazer comida... Sanduíches e água. Grande refeição para as putas parideiras deles! Minha raiva era quase palpável quando Gabriela se aproximou para continuar a conversa.

Gabriela - Samuel não te falou nada?

Laura - A respeito de que?

- Ele não vai vir aqui? Não vieram preparados? Nem um plano B?

- Nós nem esperávamos encontrar gente... Quanto mais um exército organizado. Mas ele já deve estar pensando em alguma coisa para nos tirar dessa. Para falar a verdade, eu também.

- Se nos organizarmos, poderemos sair daqui.

- Sim, mas será que podemos contar com alguma delas?

- Claro que podemos. Eu trabalhei na CIA. Sei como motivá-las.

- Sem mencionar os outros conhecimentos...

- Com certeza... E o que você sabe?

- Sobrevivi ao lado de Samuel em uma boa parte das “Aventuras” dele... E agora são minhas também.

(Sorrindo ironicamente) – Aventuras? É assim que ele chama isso agora?

- Eu chamo assim... Manias de bibliotecária.

Teria ela percebido o meu mau humor e meu sarcasmo? Foi agente da CIA afinal de contas...


- Qual a sua historia?

- É muito longa. Eu conheci Samuel na adolescência... Fizemos amor e eu fiquei grávida, mas ele não sabia. O tempo passou e resolvi procurá-lo para contar a ele... Conhecer o filho. Mas infelizmente algumas pessoas fizeram o possível para evitar que isso acontecesse.

- Pode ser mais específica?

- Sei lá o que eram. Governo, sociedade secreta... Não sei.

- Como você passou pelo fim do mundo?

- Bom, eu passei muito tempo procurando o Samuel e estava hospedada em um hotel de Nova York e então tudo aconteceu... Da mesma forma que vocês.

- Foi pior que antes... Porque realmente acabou. Esta não é mais uma realidade alternativa é o verdadeiro fim dos tempos. Estes soldados não têm a menor idéia do que esta acontecendo.

- Nem nós sabemos o que acontece... Pensamos que sabemos o que acontece.

- Prefiro pensar que sei o suficiente e não pensar no que eu não sei...

- O que há de errado com você?

- Como assim? O que você quer dizer?

- O que espera que eu faça?

- Nada. Não fez nada antes, porque faria agora?

- Como você pode dizer isso? Você nem me conhece. Não sabe o que eu já fiz.

- Nem você sabe o que eu fiz.

- Você é uma fedelha... Nova demais para saber ou fazer algo.

- Há! Eu vivi bem mais que você, pode acreditar!

- Há quanto tempo está nessa?

- Andando com eles? Uns sete meses.

- Estou nisso há dez anos.

- Eu não estou contando toda a merda na minha vida antes de conhecê-los, mas acho que isso não conta para você não é?

-Acho que você não devia me julgar.

Percebo que talvez esteja descontando minhas frustrações na pessoa errada...

- Tem razão. Acredito estar ficando nervosa por causa desta situação. Para alguém que sempre foi livre é difícil entende? Me de um tempo.



- Tempo é o que não falta aqui.

- Não para mim... Não quero que meu filho nasça aqui.

- Quem é o pai da criança?

Esse assunto esta indo para um lado perigoso... O que dizer agora? Talvez seja de Samuel? Não!

- Eu bem que gostaria de saber...

- Como assim?

- Eu vou tentar resumir... Deve saber sobre a realidade, as criaturas e todo o resto certo?

- Sim... Um pouco.

Eu contei a minha história para ela... Os pesadelos, meus quinze anos, o sanatório, a gravidez forçada... Toda ela de forma resumida.

- Acha que eu estou louca?

- Eu não acho nada...

- Samuel pode falar melhor do que eu... Você por acaso sabe alguma coisa de seu filho? Pois eu digo que é melhor não ficar sabendo...

- Por quê? Sabe de alguma coisa?

- Sei... Mas é melhor Samuel contar. Mas ele estava bem até onde sei. Por acaso sabia o que Samuel andava fazendo antes?

- Sei que ele procurava o nosso filho, só isso.

- O que posso dizer que ele esta bem em algum lugar. Ainda estamos procurando. Pensemos juntas em algo para sair daqui e então podemos continuar a procurar.

- Isso não acontecerá da noite para o dia... Precisamos convencê-las.

Isso era verdade. Nossos esforços foram para convencer as mulheres a não aceitar mais esta escravidão e reagir. Seria um trabalho longo, mas era só o que tínhamos. Esperava-se que logo conseguíssemos contato com os homens para armar o contra golpe... Era tudo questão de paciência...

ENQUANTO ISSO, OS HOMENS...

Samuel e Victor estavam sendo duramente testados. Primeiro os testes físicos, onde correr e flexões eram apenas o começo. Depois disso, Um teste psicológico de confiança no melhor estilo Guilherme Tell, onde um homem precisava confiar a ponto de permitir que atirassem em uma lata colocada em cima da cabeça. Samuel foi o primeiro a ter a lata e Victor foi convidado a atirar, mas recusou... O que foi Sábio da parte dele, pois não era um atirador. Um soldado chamado James pegou a arma para mostrar aos novatos como se fazia... Errou a lata e para nosso alívio, também errou Samuel. Nosso herói sugere inverter as posições e com um belo tiro na lata colocada na cabeça de James, prova de uma vez que não deve ser subestimado.

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