BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DIARIO DE LAURA

SEIS ANOS DE DOR

Eu não sei que dia é hoje... Nem o mês ou o ano... Só sei que é madrugada, pois consigo ver pela janela... Tenho um momento de paz, então resolvi escrever... Este caderno aqui parece ser o único que vai me escutar e não fugirá de mim... Minha mente parece estar em outro lugar... Deve ser por isso que consigo pensar, pois meu corpo dói... Dói muito... Deve ser por isso que meus olhos estão embaçados... Não... É por causa das lágrimas que não param de cair... Achei que elas já tinham acabado. Surpreendo-me por ainda conseguir chorar...

Malditos sejam todos! Meus pais, os psiquiatras, Samuel, Vitor, o filho da puta do pequeno... E maldita seja minha própria estupidez! Eu já devia estar acostumada ao abandono... Já devia saber que meu destino é morrer sozinha... Mas sempre que penso nisso, não consigo me conformar! Eu realmente mereço sofrer desse jeito? Que pecado eu cometi contra os deuses para eu estar aqui agora? Eu sou uma pessoa tão odiosa assim? Que maldição é essa que não me deixa ter amigos e família?

Não me resta mais nada... Sou apenas uma puta drogada de um traficante que mal consegue estar nesta realidade... Eu já não sinto mais nada quando aquele porco nojento me agarra e me fode até cansar... A droga é uma benção nestas horas... O pior é sempre depois quando volto da “viagem”... Apenas dor... Entre minhas pernas, minha cabeça, meus seios... Não me reconheço mais no espelho... Eu já fui bonita e agora não sou mais... Nada além de uma sombra distorcida do que já fui... Uma boneca inflável que murcha... Dia após dia, esperando o alívio da morte e do esquecimento...

Não consigo mais nada! Não consigo morrer, não consigo me matar, não consigo esquecer... É como se sempre houvesse uma voz em minha cabeça, dizendo para sobreviver, não importando o quanto fundo eu caia... Não sei mais o que sinto por eles... Samuel e Victor... Amor e ódio se misturam em um único sentimento. Não quero perdoa-los por me deixarem sozinha... E ao mesmo tempo preciso deles desesperadamente... E eles estão por aí, vivendo suas vidas... Será que estão bem? Ou estão na mesma merda que eu? Não! Eles nunca passarão pelo que eu passei... Nunca entenderão... Filhos da puta! Cachorros! Onde diabos estão? Eu preciso de alguém... Venham me buscar... Por favor...

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