BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

05/10/2005 - QUARTA-FEIRA

RECOMEÇO II 11:43 AM


Já faz sete dias que Samuel está internado, algumas horas depois Liana surge empurrando sua cadeira de rodas próxima à cama de Samuel. Ela pergunta:
-Como está?
Samuel:
-Louco para sair daqui.
Liana:
-O médico me disse que você vai ficar mais uns dias em observação, disseram que a bala quase acertou seu cérebro...
Samuel:

-Eu sei... onde está Joseph? O que vamos fazer agora? Todas as nossas coisas ficaram em Boxford.
Liana:
-Eu fui para meu apartamento ontem, Joseph ficou lá. Vou começar a pintar novamente para ter dinheiro e me manter viva. Joseph disse que vai pegar o dinheiro de uma das passagens para Filadélfia e vai ficar lá até você se recuperar, disse que vai se virar para conseguir dinheiro e vai falar com aquelas pessoas que conhece lá.
Samuel:
-Eu preciso entrar em contato com aqueles homens que ajudamos na Filadélfia, eles vão nos ajudar a pegar Arnold. Precisamos fazer alguma coisa rápido, já devem ter pego nosso livro.
Liana:
-Bom, você não vai acreditar no que eu tenho aqui.
Samuel:
-O quê?
Liana pega o jornal e põe sobre o colo de Samuel. A página aberta mostra uma grande foto em um hospital com muitas pessoas sobre macas e em cima da foto a frase: “Epidemia assola Boxford!”. Abaixo a noticia: “Já faz três dias que centenas de moradores de Boxford contraíram alguma espécie de bactéria que as autoridades de saúde ainda não conseguiram detectar. Ao todo já existem 39 casos de morte e 489 pessoas disputam um leito em um pequeno hospital que tem capacidade para pouco mais de 150 pessoas. Boxford que fica à 1 hora da região metropolitana de Boston tem pouco mais de 1000 habitantes, as autoridades estão planejando imediatamente uma maneira de deixar a cidade de quarentena. O que mais intriga as autoridades é como uma epidemia pode se alastrar tanto em menos de quarenta e oito horas. Muitas pessoas fugiram da cidade e isso pode aumentar o número de contaminados e começar uma nova epidemia em outro lugar como Boston. Aconselhamos que aqueles que precisam ir a essa cidade ou passar pela estrada que cruza Boxford que o evitem, abaixo segue uma lista de pessoas das quais fora confirmado o óbito.”
Samuel olha para Liana como quem não acredita no que acabou de ler. Subitamente seu único olho bom esquadrinha a lista de nomes a procura de Arnold, Kevin e Frank. Os nomes não estão lá. Samuel pensa o que pode ter acontecido.


NOITE EM BOSTON 9:40 PM


Liana sai do hospital e vai em direção a sua casa, não havia quase nenhum dinheiro lá, agora tem exatamente 28 dólares, vender quadros é uma boa idéia, mas demoram a ser pintados. Liana esta com uma pesada cadeira de rodas que conseguiu quando entrou no hospital para fazer os curativos de suas escoriações. Empurrando a pesada cadeira em direção ao ponto de táxi ela pensa o que pode vender para conseguir alguma coisa até que consiga sacar o dinheiro que tem no banco. Sua conta está em seu nome verdadeiro e será difícil conseguir sacar sessenta mil dólares de sua conta nessas condições. Ao chegar em seu prédio Liana toma o elevador e espera o mesmo subir oito andares. Ao sair do elevador o silêncio toca sua intuição que diz que há alguma coisa de errado. Ao aproximar-se da porta de seu apartamento Liana percebe que a porta está muito arranhada próximo a maçaneta. Ela está sozinha, Joseph está a milhas de distância e Samuel ainda está no hospital, Liana se enche de coragem e abre a porta de sua casa... a porta abre e o som que a madeira emite lembra de um triste gemido. Ao entrar na sala, Liana está certa de que alguém esteve ali, pequenos detalhes são o suficiente para notar que o telefone, por exemplo, está numa posição diferente. Liana tira o telefone do gancho e aperta a tecla redial, a linha apenas chama até cair. Procura não fazer barulho nenhum e dirige-se ao seu quarto. ao olhar pela porta a cortina se move suavemente com o vento que entra pela janela quebrada, há um homem grande sobre sua cama. Parece que o homem está ferido ou morto, ele veste pesadas roupas e aparenta ser humilde. Liana rapidamente vai até a cozinha e apanha uma faca. Ao voltar para seu quarto fica aliviada pelo homem estar da mesma maneira que encontrou. Liana vai até a lateral da cama para poder ver o rosto do homem e quando enxerga a surpresa: É Arnold! O homem está morto, seu olhos e sua boca estão abertos e muitos cortes e feridas cobrem seu corpo. As coisas estão dando errado mesmo! Já é noite, Liana não pode fazer nada com o corpo e alertar a polícia seria loucura. A decisão é ir para o hospital onde Samuel está, dormir lá amanhã, vender tudo o que pode ser vendido de dentro do apartamento, ir para um hotel e ligar para a polícia. Já que o apartamento não está em seu nome as coisas não serão tão ruins assim, porém deverá ficar um bom tempo longe do apartamento.

HOSPITAL EM BOSTON


APARTAMENTO DE LIANA

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