BEM VINDOS

Somos um grupo de RPG que está jogando uma campanha há 11 anos, o sistema de regras que uso é de criação minha e devido ao gênero de jogo a batizei de HORROR. Em todo esse tempo dentro do jogo aconteceram muitas coisas que gostaríamos de imortalizar e a melhor maneira que encontramos para fazer isso foi tranformar o jogo em uma história dinâmica. A história que começa nesse espaço é o inicio do quarto ano que começamos em 2007, a cada sessão de jogo transcrevemos todo o acontecido em forma de história para gravarmos em nossas memórias a angustia vivida pelas almas de cada um e compartilharmos com aqueles que apreciam o gênero. Ao lado direito da página na seção "cada dia uma angústia" a história começa no dia 23/09/2005.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

LAGRIMAS DE DESPEDIDA...

Seis anos se passaram desde a ultima vez que Laura, Samuel e Vitor se encontraram, a ultima vez que o trio se viu junto pareciam ter acordado de um pesadelo, o pior de tudo é que até o momento ninguém tem certeza se aquilo era um grande pesadelo... ou se ainda estão dormindo.
Aquele fatídico 2006 trouxe ao grupo uma vida nova... uma vida de merda, umas uma vida nova. Depois de correrem em círculos como cães que correm atrás do próprio rabo. No natal de 2006 Laura, Samuel e Vitor “comemoravam” a data em um hotel de beira de estrada na noite daquele dia 24. No quarto onde estavam a única coisa que lembrava o natal eram as luzes da decoração do hotel que piscava do lado de fora . Cada um estava em um canto do pequeno quarto, um olhava para o vazio... o outro também, mas parecia que estava olhando para a televisão que transmitia aqueles depressivos programas natalinos para os que só tem o televisor como companhia, o único que ainda parecia estar com a cabeça naquele quarto de hotel era Vitor que puxou a conversa:


- Se a merda do Deus existisse mesmo não estávamos fudidos aqui!


É quando Laura responde:


- Já estivemos em lugares piores e em pior situação, olhe pelo lado positivo.


Samuel entra na conversa ainda olhando para o vazio:


- Vocês dois tem razão... Mas tem coisas que ainda não paramos para pensar, coisas simples... Fugimos do sanatório a alguns meses... mas não temos todo o governo dos EUA atrás de nós como era antes. Temos nomes limpos, pelo menos até onde sabemos. Talvez seja hora de parar.


-Parar? Parar o que?


-Parar de fugir?


- É, parar de fugir. Ainda somos jovens, podemos conseguir um bom emprego, trabalhar e viver como pessoas normais. Seja lá o que for que tenha acontecido pode ser uma grande oportunidade para que vivemos um pouco de nossas vidas já que passamos a maior parte de tempo sofrendo.


-E aquelas coisas que vivem acontecendo com a gente?


-Faz muito tempo que não acontecem, e pode ser que nunca mais aconteça... Impossível dizer, mas viver com medo também não vai adiantar nada.


-Acho que posso me virar por aí... Devo conseguir um bico numa mecânica ou algo assim.


-É assim? Vai cada um para um lado como se nada tivesse acontecido?


Vitor começa a juntar suas roupas e diz:


- Você pode ter razão Laura, mas que outra opção temos? (Vítor para de arrumar as roupas olhando para Samuel)


Olhando para Laura, Samuel diz:


- Você consegue sobreviver sozinha?

-consigo. (diz ela sem muita certeza) Masnós vamos nos separar aqui e agora? Acho que essa decisão deveria ser tomada em outro momento!



- As vezes as coisas tem que ser assim.. de surpresa. Mesmo que pareça ruim.


Samuel pega sua mochila e diz:


-Não quero parecer insensível... Mas fazem mais de 6 meses q vagamos sem rumo, nada acontece além de termos que lutar para comer e ficarmos juntos. É natal, vamos dar uma chance para o destino conspirar em nosso favor.


Samuel olha para vitor e diz:


-Boa sorte meu velho, eu queria te dar um abraço mas a ultima vez que me despedi assim de alguém eu chorei muito... Quero olhar pra ti uma ultima vez e dizer: BOA SORTE. Espero que o destino nos junte em um futuro melhor para todos.


-Nem eu estou acreditando que realmente estamos nos separando... me lembro quando os encontrei pela primeira vez... alguma coisa me dizia q eu tinha que proteger Liana... e ela morreu, minha missão acabou. sentirei saudades de peter, Joseph, de todos... queria ter uma lembrança melhor disso. adeus Samuel, adeus Laura.


Vitor sai da sala deixando Laura e Samuel.


- Vocês só podem estar brincando! É uma pegadinha de natal?! Vitor volte aqui!


Samuel olha para a porta esperando vitor responder, sem resposta ele diz:


-Parece que não.


Ele puxa um maço de notas de 50 dólares e atira sobre a cama, assim faz com um molho de chaves.


-Aqui tem todo dinheiro que vinhamos guardando, vitor saiu sem nenhum tostão. Pretendo fazer o mesmo. Guarda esse dinheiro para uma emergência. Essas são as chaves do carro. Pode ficar com ele. Os documentos estão no porta luvas.


Samuel caminha mancando em direção a porta quando laura pergunta:


-Samuel?


Samuel para ainda olhando para a porta.


-Aquilo que aconteceu entre nós dois? Significou alguma coisa pra você?


Sem responder Samuel abre a porta e sai deixando Laura sozinha no quarto com seus pensamentos:


“Isso é tão surreal... Em menos de 15 minutos as duas únicas pessoas que eu tinha em minha vida saíram pela porta como se mal nos conhecêssemos... o que está acontecendo? Será que foi alguma coisa que fiz para eles? Eu devia ter pedido perdão... eu sou uma tola!”
As lagrimas começam a correr o rosto de laura que chora na penumbra no quarto como sua única companhia."



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